.
.
HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Ordens dos Médicos e dos Psicólogos contra
criação da profissãode psicoterapeuta
A Ordem dos Médicos e a Ordem dos Psicólogos Portugueses pronunciaram-se
contra a criação da profissão de psicoterapeuta, na sequência de um
pedido de análise e emissão de parecer por parte do Ministério da Saúde.
Num parecer
conjunto, as duas ordens, que representam a larga maioria dos
psicoterapeutas em atividade, afirma que a sua posição tem por base “a
evidência científica e a salvaguarda e proteção da saúde pública e dos
interesses dos cidadãos que procuram os serviços de psicoterapia”.
.
“A
prática psicoterapêutica abusiva, inadequada e sem a devida formação e
regulação, acarreta riscos para a saúde mental dos utentes. Estes riscos
não são acautelados pela facilitação económica e mercantilização do
acesso através da criação da profissão” ou atividade económica de
Psicoterapeuta, salientam no documento.
Em
declarações à agência Lusa, o bastonário dos médicos, Miguel Guimarães,
afirmou que “não é preciso, nem é necessário, nem sequer é útil ter a
profissão de psicoterapeuta”, uma “profissão independente” à margem da
Ordem dos Médicos (OM) e do Colégio de Psiquiatria e da Ordem dos
Psicólogos Portugueses (OPP).
Para
o bastonário da OM, “a intenção de criar uma nova profissão nesta área
não é de facto uma situação que garanta a qualidade e a segurança,
porque para ser psicoterapeuta é preciso ter uma formação de base” na
área da psicologia ou da psiquiatria.
Para Miguel Guimarães, esta formação de base é “importante para garantir a qualidade da psicoterapia e a segurança dos doentes”.
Esta
posição é partilhada pelo bastonário da OPP, Francisco Miranda
Rodrigues, afirmando que “não há necessidade de regulação” da atividade,
porque esta já está regulada. “O que há é a necessidade de, quanto
muito, fazer cumprir em termos de fiscalização, inclusivamente com a
regulação”.
Por
isso, frisou o bastonário dos psicólogos, a OPP opõe-se "frontalmente a
esta possibilidade” que “seria um retrocesso relativamente a tudo o que
tem sido feito em prol da saúde em Portugal”.
Segundo
Francisco Miranda Rodrigues, o que se pretende é que os profissionais
que estão a exercer estas práticas estejam “devidamente qualificados” e
que deem provas disso, o que já fazem porque “a atividade de
psicoterapia já decorre no seio de profissões reguladas e o Governo deve
preocupar-se” para que seja assim.
Por
outro lado, também é importante que as pessoas verifiquem “muito bem”
quando procuram um psicoterapeuta se este tem formação de base na
profissão de saúde e se está inscrito numa das ordens de saúde tem a
atividade regulada.
“Se
não for assim, os riscos a que estão a submeter-se são elevados e devem
dar nota disso às autoridades, disse o bastonário dos psicólogos,
contando que já chegaram situações dessas à OPP, que as enviou para o
Ministério Publico para que possa atuar em conformidade.
No
parecer, as duas ordens sublinham que “a psicoterapia corresponde a um
conjunto de técnicas e procedimentos e que, nesse sentido, não pode ser
entendida como uma profissão, mas sim como um método de intervenção
utilizado por diferentes profissões/profissionais”.
“Cumpre então recentralizar a profissão de psicoterapeuta na atividade
clínica (de médicos e psicólogos, com eventual extensão a profissionais
que com eles colaboram), com o controlo normativo, ético e científico
das respetivas Ordens profissionais”, defendem.
Os
psicólogos são a única classe profissional com uma especialidade
específica na área da Psicoterapia, com cerca de 1.300 especialistas.
* Deve andar por aí manigância, psicoterapeutas são todos os profissionais da medicina psiquiátrica ou da psicologia, mais nada!
.
Sem comentários:
Enviar um comentário