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HOJE NO
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Pedrógão Grande
MP desmente comunicado
de presidente da câmara
O autarca Valdemar Alves afirma que “está
tranquilo” e que foi a própria Câmara de Pedrógão Grande que pediu
os “inquéritos judiciais” que estão em curso. MP nega
Ao i, fonte do Ministério Público (MP)
garante que em causa estão fortes indícios de crime de burlas
qualificadas, falsificação, participação económica em negócio, corrupção
e abuso de poder. Segundo a mesma fonte, existem irregularidades na
reconstrução das habitações atingidas pelos incêndios de 17 de junho do
ano passado, confirmando que a investigação tem por base a reportagem da
revista Visão, complementada posteriormente pela reportagem da TVI.
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Neste momento, de acordo com declarações do presidente da
Câmara Municipal de Pedrógão Grande aos jornalistas, os inspetores da
Polícia Judiciária de Coimbra já têm em mãos todos os formulários
aprovados pela comissão técnica deste fundo e vão agora averiguar a
situação.
A Polícia Judiciária esteve, ao longo de todo o dia, a fazer buscas
nas instalações da Câmara Municipal de Pedrógão e na Casa Municipal da
Cultura de Pedrógão Grande, com o objetivo de procurar provas para o
processo em que estão a ser investigadas as alegadas irregularidades na
atribuição de fundos para a reconstrução das casas destruídas pelos
fogos de 2017.
Recorde-se que o MP abriu, em junho, o inquérito para investigar
alegadas irregularidades na reconstrução de casas afetadas pelos
incêndios de Pedrógão Grande, tendo a Procuradoria-Geral da República
(PGR), depois da revista Visão ter noticiado que meio milhão de euros de
donativos destinados à reconstrução de casas de primeira habitação
terão sido desviados para casas de segunda habitação, confirmado a
informação.
Depois da Visão, a TVI realizou uma reportagem nas aldeias destruídas
pelas chamas, e mostrou vários testemunhos que dão conta de que algumas
casas desabitadas há vários anos foram reabilitadas com os valores dos
donativos, mesmo não sendo estas a habitação principal dos seus
proprietários, factos esses que foram juntos ao processo aberto em
junho.
Ao final do dia de hoje, depois de realizadas as buscas por parte da
Polícia Judiciária de Coimbra, Valdemar Alves, presidente da Câmara de
Pedrógão Grande, falou aos jornalistas, afirmando que ninguém foi
constituído arguido, e revelou que tanto o seu telemóvel e computador,
assim como os aparelhos dos funcionários do gabinete responsável por
autorizar a cedência de verbas, foram alvo de inspeção por parte da PJ.
Valdemar Alves diz estar “tranquilo” em relação a buscas sobre irregularidades na utilização das verbas
“Para mim não há irregularidades, desvio de verbas não pode haver” garantiu o autarca.
Valdemar Alves disse estar “tranquilo” relativamente às buscas
realizadas hoje. "Estou tranquilo, eu sou o último a assinar, assinei
aquilo que me puseram à frente, confirmando, sim senhor, que confio no
compromisso de honra que quem requereu a casa assinou e com o
compromisso de honra dos técnicos da Câmara", declarou aos jornalistas.
"Trabalhamos sobre pressão, começámos a levantar os processos dez
dias depois dos fogos. E vocês sabem disso. Por isso, poderá estar em
falta uma ou outra declaração, poderá haver declarações erradas. Mas
isso vai-se averiguar tudo", disse ainda à imprensa.
Sobre as acusações de que está a ser alvo a autarquia, o presidente
da Câmara voltou a sublinhar: "Não acredito no compadrio, estas são
terras pequenas, somos poucos habitantes, todos somos primos e primas,
todos somos colegas e não há compadrio nenhum, não pode haver. Poderá
haver coincidências, admito que haja coincidências, mas nunca
compadrios".
Recorde-se que esta quarta-feira a Câmara Municipal de Pedrógão
Grande emitiu um comunicado onde afirma que as buscas que estavam a ser
realizadas tinham sido pedidas pela própria autarquia.
“A Câmara de Pedrógão congratula-se com a celeridade que os serviços
do Ministério Público e da PJ entenderam conceder a estes Inquéritos
Judiciais, convicta que é através dos órgãos próprios da Justiça – e não
na praça pública – que se apuram serenamente os fatos e se repõe a
verdade objectiva”, pode ler-se no comunicado emitido pela câmara.
* Será que o autarca de Pedrógão
Grande está a empurrar a verdade com a barriga?
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