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“Take another plane”!
A compra de passagens aéreas funciona como um leilão com a particularidade de, ora apresentarem no site, 3 hipóteses de viajar a preços impossíveis
Já
antes aqui escrevi sobre as ilhas, referindo as suas particularidades,
umas positivas e outras negativas, sendo que uma delas, negativa, são os
seus acessos. Sabemos que dispomos exclusivamente de dois acessos, o
aéreo e o marítimo. Assim o nosso especial cuidado como ilhotas, é saber
quem nos está a ligar ao continente ... que é também o mesmo que nos
pode desligar! Certo?
A empresa transportadora aérea que durante
dezenas de anos, fazia a nossa ligação ao restante espaço português, em
regime de exclusividade, e que prestou óptimos serviços, com muita
responsabilidade e competência dos seus funcionários, superando sempre
muitas adversidades - embora com uma contabilidade muito avariada -
neste momento mudou. E não mudou de nome, mas mudou tudo o resto. Agora,
esta empresa - com capitais privados e do Estado - presta serviços
livremente como qualquer outra e sofreu alterações, na gestão, no
comando operacional, organizativo, logístico, sei lá, ... tornando-se
um tremendo problema nas deslocações aéreas, pelas disfunções,
permanentes, diárias que está a provocar - sem nada ter a ver com o
vento e as alterações climatéricas. Nas ilhas e no País! Voos
cancelados, atrasos sistemáticos, por vezes de várias horas, situações
conflituosas nas portas de embarque, muitos voos em “overbooking” -
solicitando insistentemente aos passageiros para mudar de avião - de
livre vontade e com indemnização pecuniária ... e nem ainda falei dos
preços exorbitantes das passagens aéreas. Nem outras situações graves a
bordo, que merecem comprovação! A compra de passagens aéreas funciona
como um leilão, com a particularidade de, ora apresentarem no site, 3
hipóteses de viajar a preços impossíveis ... sempre com poucos lugares
disponíveis... ora, já existem o dobro dos voos, com alguns deles a
preços normais e aceitáveis. A hora do dia e da noite em que se vai á
net visitar o site da companhia, decide o número de voos disponíveis e
os seus preços. Dirão alguns de vocês: - Isto é um negócio e não uma
casa de caridade! Certo! Negócio é negócio, mas em qualquer negócio
conhecem-se as regras de jogo ... aqui é “sacanagem” pura - esta
linguagem é para os brasileiros perceberem - com especulação e
oportunismo barato á mistura! É desonesto fazer sujeitar as pessoas que
viajam a estas anomalias, passando-se o mesmo com os próprios
funcionários de serviço nos balcões, que têm de explicar aos
hiper-stressados passageiros, as sistemáticas ordens que lhes são
superiormente encomendadas. Não vejo esta atitude em outras companhias
aéreas! O sistema stopover, que é uma artimanha negocial brilhante - mas
que não tem sustentação operacional - cria paragens e interrupções nas
viagens dos turistas que nos visitam. Mas, como fazem uma interrupção
programada e voluntária, a companhia tem de os proteger. E assim, quando
têm de voltar a voar, vão ocupar os lugares do overbooking sistemático,
organizado pela empresa, com prioridades de acesso, ocupando os lugares
de passageiros com reservas, que, sem qualquer explicação lógica, não
têm lugar reservado no avião e no check-in ficam inevitavelmente em
terra.
Uma gestão pouco transparente, lesiva dos princípios
gerais, gestão abusadora, visando um lucro sem quaisquer regras e
escrúpulos.
Outro dia falei com um chefe de cabine, brasileiro,
que estava a responder a um passageiro, dizendo que não falava francês
... tendo eu sugerido que talvez o passageiro falasse inglês. Resposta
imediata do funcionário: - Também não falo inglês! Parece mesmo a
anedota ... - Num anúncio de jornal lê-se: Pretende-se: indivíduo maior,
sexo masculino, com serviço militar cumprido, falando alemão
fluentemente! Aparece um maltrapilho, na fila do “guichet” ... sem
nenhum dos atributos solicitados e responde: - Vim aqui só dizer para
não contarem comigo! Esta é a imagem da transportadora aérea, ainda com
capital nacional, portanto público, isto é, nosso, a gerir serviços,
transportando pessoas, usando métodos discriminatórios entre os
passageiros pagantes, protegendo uns e prejudicando outros, sem piedade,
nem educação.
Mas como estamos ainda a pensar, na nossa
serenidade, com alguma lógica, que os problemas dos transportes aéreos
são os ventos e o seu controlo remoto, esquecemos que estamos a ser
manipulados por pessoas de má fé, cujo objectivo é o lucro a qualquer
preço. Reconheço que há negócios na hotelaria, onde se controlam os
preços das vendas mediante a procura dos mercados e que, quando há mais
procura ou nas épocas altas, os preços sobem. Não é disso que se trata!
Nos transportes aéreos internos, entre continente e ilhas, quando não há
alternativas suficientes, e, se não existir protecção adequada, quem se
lixa é o “mexilhão”! Se não sabem como fazer, copiem o que fazem os
outros parceiros europeus com transportes aéreos para as ilhas: Espanha,
França, Itália, Grécia, etc!
Não queremos estar a apelidar a
transportadora aérea portuguesa,... em tom de gracejo... de: Take
Another Plane, porque não resolvemos nada deste nosso problema. Ao mesmo
tempo também, espero que tudo isto não se trate de mais uma artimanha
ou uma jogada de “póquer” político do Dr. Costa, feito á medida, para
ficar resolvido com facilidade, se mudar a cor política regional!
P.S. 1º - Questiono outra vez as autoridades, se os peões nas passadeiras, podem usar o telemóvel!
P.S. 2º - Quase 70 anos após o fim da guerra na Península da Coreia, aconteceu a paz ... com os EUA pelo meio!
P.S. 3º - Ainda não chega de aberturas de telejornais com o Bruno?
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
20/06/18
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