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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
"Lóbis das imobiliárias estão a varrer as
.pessoas do Porto e das cidades vizinhas"
.pessoas do Porto e das cidades vizinhas"
Os
despejos e a especulação imobiliária no Porto estão a "descaracterizar e
esvaziar" a cidade, sendo urgente que o Governo faça cumprir o direito
constitucional à habitação, argumenta o movimento Direito à Cidade.
Numa
iniciativa pública de rua, intitulada de "Microfone Aberto" e cujo o
objetivo era ouvir os moradores, em Cedofeita, no Porto, o movimento,
que já realizou uma manifestação a 7 de abril, exigiu medidas efetivas
contra a "escalada louca" dos preços das rendas para combater a
especulação imobiliária, um forte investimento na habitação pública, a
limitação gradual da proliferação do alojamento local e a suspensão de
novas licenças para empreendimentos hoteleiros.
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Uma
das impulsionadoras, Nicole Santos, vincou que hoje é "extremamente
difícil" para um jovem conseguir arrendar uma casa no Porto porque um T1
custa entre 600 a 650 euros, o que é incomportável para quem tem um
salário mínimo de 580 euros e um salário médio de 630.
"Assim, ninguém consegue. Esta situação afeta transversalmente toda a população, desde jovens, famílias e idosos", referiu.
Nicole Santos enalteceu as alterações que
foram feitas à lei dos despejos, contudo considerou não serem
suficientes para resolver o problema.
"Não
existe vontade política e coragem para quebrar os lóbis das
imobiliárias, as populações estão a ser varridas do Porto e dos
concelhos vizinhos, por isso, quem tem responsabilidades no Governo e na
câmara deve tomar uma posição", entendeu.
Atualmente,
a cidade está vazia, não tem habitantes no centro, está
descaracterizada e a ser direcionada única e exclusivamente para o
turismo, lembrando haver grupos internacionais e nacionais e investir em
ruas inteiras, frisou.
Nicole Santos
vincou não ter nada contra o turismo, dado até ser o seu setor
profissional, mas adiantou que este deve ser equilibrado, regulamentado e
limitado.
Para tentar inverter a situação, o
movimento Direito à Cidade enviou um manifesto a todos os grupos
parlamentares da Assembleia da República, à Presidência da República e à
Câmara Municipal do Porto, tendo até agora obtido como única resposta
um e-mail de receção do documento.
"Há
uns anos, a nossa cidade entrou num processo de descaracterização. Os
nossos cafés, tascos, quiosques e alfarrabistas desapareceram para dar
lugar a lojas de "souvenirs" e restaurantes gourmet. Há hotéis e hostels
em todas as ruas, esquinas e becos, em detrimento de habitação
permanente", lê-se no manifesto.
O
documento realça que não importa que o Porto seja "Best European
Destination" todos os anos, se quem cá está continua a ganhar um salário
mínimo "de miséria" que não chega para pagar a renda.
A
forma como a cidade está a ser desenhada implica o desprezo pelos seus
moradores, sendo hora de reivindicar o direito à cidade, afiançou o
movimento, acrescentando que o Porto não é uma montra.
* Autarquia e governo são cúmplices por negligência desta desumanidade.
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