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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Procuradora vai extrair certidões contra
.Carlos Silva e Proença de Carvalho
.Carlos Silva e Proença de Carvalho
A
procuradora do julgamento Operação Fizz Leonor Machado anunciou esta
sexta-feira que vai extrair certidões contra o banqueiro Carlos José da
Silva e o advogado Daniel Proença de Carvalho. O acórdão está marcado
para 8 de outubro.
Na fase de
contra-alegações do julgamento da Operação Fizz, a procuradora disse que
ia pedir extração de certidão "contra intervenientes neste processo" e
aos jornalistas confirmou que os visados são o banqueiro luso-angolano
Carlos José da Silva e o advogado Daniel Proença de Carvalho, que
depuseram como testemunhas neste julgamento.
Carlos José da Silva é presidente do banco Privado Atlântico e pertenceu ao Conselho de Administração do Millenium/BCP.
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Daniel
Proença de Carvalho foi o advogado que tratou da rescisão do contrato
de trabalho do ex-procurador Orlando Figueira, arguido neste processo, e
para quem a procuradora pediu a condenação com pena suspensa por
corrupção passiva e branqueamento de capitais.
Quando
foi ouvido em julgamento, na qualidade de testemunha, o banqueiro
luso-angolano Carlos José da Silva negou que tivesse oferecido emprego
ao ex-procurador Orlando Figueira para ir trabalhar para o BPA Angola,
contrariando declarações deste arguido e antigo magistrado do
Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Carlos
Silva foi apontado por Orlando Figueira como o responsável pelo seu
contrato de trabalho (nunca cumprido) para ir trabalhar para Angola como
assessor jurídico do Banco Privado Atlântico (BPA).
Em
julgamento, o banqueiro desmentiu Orlando Figueira, dizendo que "nunca
falaram de trabalho", nem na hipótese de o ex-procurador ir trabalhar
para o BPA.
"Não falámos de coisíssima
nenhuma de trabalho, nem de ir para Angola. Ninguém trocou telemóveis
nem mails", disse na altura o banqueiro, garantindo também que não
conheceu Orlando Figueira em Angola, ao contrário do que o ex-procurador
alega.
O julgamento da Operação Fizz
ficou ainda marcado por divergências entre os depoimentos do arguido
Orlando Figueira e da testemunha Daniel Proença de Carvalho, tendo
havido inclusivamente uma acareação e posteriormente um pedido de
procedimento criminal contra o advogado.
Ao
depor como testemunha, Proença de Carvalho assegurou que não foi
mediador na rescisão do contrato de trabalho de Orlando Figueira com a
sociedade Primagest a pedido do banqueiro Carlos Silva, presidente do
BPA, que não teve qualquer reunião com o antigo magistrado do DCIAP e
com o seu primeiro defensor [Paulo Sá e Cunha], que não lhe pagou
quaisquer honorários e que nunca pediu a Orlando Figueira que fizesse um
"pacto de silêncio".
Na acareação
realizada em julgamento, Proença de Carvalho disse que mantinha
"integralmente as declarações", reiterou que Carlos Silva nunca lhe
falou de Orlando Figueira, que nunca houve um acordo de cavalheiros e
que o ex-procurador não lhe falou de processos-crime que envolvessem
Angola numa reunião mantida em maio de 2015.
A
Operação Fizz assenta na acusação de que o ex-vice-presidente angolano,
Manuel Vicente, corrompeu Orlando Figueira, com o pagamento de 760 mil
euros, para que este arquivasse dois inquéritos em que estava a ser
investigado, um deles o caso da empresa Portmill, relacionado com a
aquisição de um imóvel de luxo no Estoril em 2008.
Após
a separação da matéria criminal que envolve Vicente, que foi também
presidente da Sonangol, a Operação Fizz ficou reduzida aos arguidos
Orlando Figueira, Armindo Pires (empresário) e Paulo Blanco (advogado).
Na
quinta-feira, a procuradora Leonor Machado pediu a condenação dos
arguidos Orlando Figueira (corrupção passiva e branqueamento de
capitais) e Paulo Amaral Blanco (corrupção ativa) a penas de prisão,
suspensas na sua execução.
Quanto ao
empresário Armindo Pires, a procuradora pediu ao coletivo de juízes que
decidam de acordo com o melhor critério, considerando, contudo, que não
há factos que comprovem que o arguido cometeu um crime de corrupção.
* É preciso ser corajosa para enfrentar estes dois "tubaralhos", os nossos respeitos.
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