HOJE NO
"OBSERVADOR"
Encontrados quase mil novos genes
.ligados à inteligência
.ligados à inteligência
O mais de mil genes relacionados com a inteligência e os quase 600 genes relacionados com o neuroticismo podem ajudar a perceber o aparecimento de distúrbios neurológicos e psiquiátricos.
A inteligência e o neuroticismo são, em grande medida, condicionados
pela genética. Conhecer melhor que genes estão envolvidos e que
características expressam, pode ajudar a perceber os fatores biológicos
que afetam a função cognitiva e os distúrbios neurológicos e
psiquiátricos.
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Uma equipa internacional apresentou esta segunda-feira o
mapeamento dos genes relacionados com a inteligência e neuroticismo
(condição dos indivíduos com tendência para estado emocional negativo)
com dois artigos publicados na Nature Genetics (aqui e aqui). Só para a inteligência foram apresentados quase mil novos genes.
“A
inteligência é altamente hereditável e um fator determinante da saúde e
bem-estar humanos”, escrevem os autores no artigo em que são
apresentados os novos genes ligados à inteligência. Medições de
inteligência em quase 270 mil indivíduos levaram à identificação de 205
locais nos cromossomas (loci) onde se localizam os genes relacionados com a inteligência — desses, 190 são novos loci. Esses locais podem ser ocupados por 1.016 genes — 939 dos quais foram agora identificados pela primeira vez.
Os genes relacionados com a inteligência têm um papel direto ou
indireto na formação de novos neurónios (neurogénese), diferenciação dos
neurónios (e, em particular, no sistema nervosos central), regulação do
sistema nervoso e regulação da estrutura e atividades da sinapse. Além
disso, os investigadores verificaram que quanto menos genes relacionados
com a inteligência maior a probabilidade de distúrbios de atenção e
hiperatividade, doença de Alzheimer ou esquizofrenia, e que um maior
número de genes relacionados com a inteligência estava
correlacionado com o aumento da longevidade e do autismo.
Os nossos resultados sugerem que uma maior inteligência tem um efeito protetor nos distúrbios de défice de atenção e na doença de Alzheimer, mas estavam associados a uma maior risco de autismo”, escreve a equipa coordenada por Danielle Posthuma, investigador na Universidade Livre de Amesterdão.
No segundo trabalho, a análise de quase 450 mil indivíduos permitiu identificar 136 loci
relacionados com o neuroticismo — 124 dos quais são novos —, com 599
genes. Os genes do neuroticismo apareciam particularmente relacionados
com a neurogénese e diferenciação dos neurónios. Os investigadores
verificaram ainda que a neurogénese e a resposta comportamental à
cocaína, assim como os neurónios que produzem dopamina e serotonina,
estavam relacionados com o neuroticismo.
O neuroticismo é um fator
de risco para a depressão e esquizofrenia. A equipa identificou, pelo
menos, três caminhos genéticos distintos que levam à depressão. Os
investigadores analisaram ainda a interação entre os genes e fármacos
específicos e identificaram vários alvos potenciais para tratamentos
farmacológicos.
* Para quando a descoberta do código genético que torna a maioria dos políticos tão incompetentes?
** Neuroticismo é um termo que indica indivíduos que, no longo prazo, possuem uma maior tendência a um estado emocional negativo. Pessoas com perfil neuroticista possuem maior inclinação aos estados depressivos ? sofrem com sentimentos de culpa, inveja, raiva e ansiedade de forma mais acentuada ? quando comparados a outros traços de personalidade.
** Neuroticismo é um termo que indica indivíduos que, no longo prazo, possuem uma maior tendência a um estado emocional negativo. Pessoas com perfil neuroticista possuem maior inclinação aos estados depressivos ? sofrem com sentimentos de culpa, inveja, raiva e ansiedade de forma mais acentuada ? quando comparados a outros traços de personalidade.
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