HOJE NO
"OBSERVADOR"
Um venezuelano tem que trabalhar
em média 11 dias para comprar um
frango. Isto se houver frango
Em 2014, oito em cada dez famílias compravam frango semanalmente na Venezuela. Agora, somente três em cada dez o faz. A inflação fez com que o preço dos alimentos disparasse.
Uma das razões para a baixa afluência (46%) de venezuelanos às urnas
nas eleições presidenciais de domingo — e para a crescente perda de
confiança da população nas instituições — poderá ser a enorme inflação
que assola a Venezuela, o que fez com que o preço de alimentos
considerados básicos disparasse a pique. Um exemplo, recorda
o El País, é o frango. Em maio de 2017, um venezuelano que recebesse o
salário mínimo teria que trabalhar em média sete horas e 24 minutos para
adquirir um quilo de frango. Agora, e volvido apenas um ano, o mesmo
venezuelano, de salário mínimo, tem que trabalhar 88 horas para o poder
adquirir.
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Em 2014, oito em cada dez famílias comprava frango semanalmente na Venezuela. Agora, somente três em cada dez o faz.
O aumento do preço dos alimentos é um dos principais indicadores do colapso do sistema económico. É isso que garante
ao El País Anna Ayuso, investigadora do Barcelona Center for
International Affairs. Ayuso explica que a situação é “nefasta”,
acrescentando que a Venezuela está totalmente dependente do exterior
para importar alimentos pois a indústria local [a produção por habitante
caiu 45%] está “destruída”. Mas não os consegue importar. “Como a
Venezuela não tem divisas, que chegavam basicamente do
petróleo, suficientes a população não tem o que comer”, concluiu.
Mas
como não tem hoje divisas o país com as maiores reservas (um em cada
quatro barris) de crude do mundo segundo a OPEC? Anna Ayuso culpa, mais
até do que a variação do preço do barril de crude, o presidente Nicolas
Maduro pela destruição da economia na Venezuela. “[Maduro] afastou os
profissionais venezuelanos e colocou, no lugar destes, amigos em
empresas públicas. E o petróleo agora serve para financiar as forças
armadas de um regime totalmente mafioso. Quem preside agora à Petróleos
da Venezuela [PDVSA] é Manuel Quevedo, um general do exército”, conclui.
* A angústia dum povo a braços com a mão de ferro dum ditador que de maduro só tem a podridão.
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