HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
A mulher que comandou o primeiro
voo direto entre Austrália e Europa
Mulher,
mãe de dois filhos, piloto de aviões. Lisa Norman fica para a história
da aviação como a comandante do primeiro voo a ligar diretamente
Austrália e a Europa.
A
primeira ligação aérea direta entre Austrália e Europa (Reino Unido) foi
concluída este domingo de madrugada com sucesso, depois de mais de 17
horas no ar.
O voo QF9 ligou as cidades de Perth e
Londres, e foi efetuado pela companhia aérea Qantas, numa ligação que
percorreu 14498 quilómetros num Boeing 787-9 Dreamliner.
"Gostava
de lhes dar as boas-vindas ao livro da história da aviação", disse a
comandante Lisa Norman, dirigindo-se aos passageiros depois de aterrar
em Londres.
"O mundo esteve a
observar-nos hoje. Obrigado por terem feito parte de algo mágico e tão
especial", acrescentou, em declarações ao jornal britânico "The
Guardian".
Lisa Norman dividiu os
comandos do voo com o comandante Jeff Foote e os copilotos Dave
Summergreene e Troy Lane. Cerca das 16 horas deste domingo, iniciou já o
regresso à Austrália, sob a designação QF10.
Dois dias antes do "take-off", Lisa Norman falou ao jornal "Perth Now", da cidade australiana de onde saiu este histórico voo.
"Quando
me juntei à Qantas, nem nos meus maiores sonhos pensei que isto seria
possível", disse Lisa Norman, confessando que sempre teve dúvidas sobre a
possibilidade de este voo se concretizar.
Com
29 anos de serviço na Qantas, Lisa fez praticamente tudo na companhia
de bandeira australiana: comandante de treino dos Boeing 767, comandante
dos gigantes 747 da empresa norte-americana e dos A330 da rival
europeia Airbus e, agora, responsável pelos voos do 787-9 Dreamliner.
Achava que tinha nascido no corpo errado para ser piloto
Nada
mau para uma mulher que tinha poucas esperanças de um dia entrar num
cockpit de um avião, pelo simples facto de achar que não tinha o género
necessário.
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.
"Creio que sempre quis ser
piloto, mas achava que tinha nascido no corpo errado e as pessoas que me
rodeavam não reconheciam o meu desejo de pilotar", desabafou.
Uma
visita ao aeroporto de Sidney, na juventude, e os (bons) conselhos de
uma amiga deram asas ao desejo, que se fez uma vida inteira de voo.
Agora, recorda, é o filho mais novo, de sete anos, que já pensa em
seguir os altos voos da mãe.
* Fantástico quando o ser humano faz alguma coisa por bem.
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