HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Presidente do Conselho Europeu recusa felicitar Putin pela reeleição
O
presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, recusou hoje felicitar
Vladimir Putin pela sua reeleição nas eleições presidenciais russas no
passado domingo, justificando a sua atitude com o caso do envenenamento
do ex-espião russo Serguei Skripal em solo britânico.
.
“Depois do
ataque de Salisbury [no sul de Inglaterra], não tenho disposição para
felicitar Putin pela sua reeleição”, disse Donald Tusk, numa conferência
de imprensa em Bruxelas, um dia depois do presidente da Comissão
Europeia, Jean-Claude Juncker, ter enviado uma carta de felicitações a
Putin.
O político polaco referia-se ao caso do ex-espião duplo de
origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e da sua filha Yulia, de 33
anos, que, segundo Londres, foram envenenados com um agente neurotóxico
identificado como Novichok, cujo fabrico remonta à altura da União
Soviética.
Os dois, que ainda permanecem hospitalizados em estado
grave, foram encontrados inconscientes no passado dia 04 de março, num
banco num centro comercial em Salisbury. O Reino Unido responsabiliza
Moscovo por esta tentativa de homicídio.
A carta de Jean-Claude
Juncker a Putin mereceu fortes críticas britânicas, porque a missiva não
mencionou o clima de tensão verificado na sequência do caso Skripal.
“Esta
carta de Jean-Claude Juncker é vergonhosa”, disse a eurodeputada e
líder dos conservadores britânicos no parlamento europeu, Ashley Fox,
num comunicado.
“Felicitar Vladimir Putin pela sua vitória
eleitoral sem fazer referência à clara manipulação de boletins de voto
que teve lugar já é suficientemente mau. Mas o facto de não mencionar a
responsabilidade da Rússia no ataque com um agente neurotóxico militar
contra inocentes no meu círculo eleitoral é ofensivo”, afirmou Ashley
Fox, eurodeputada eleita pelo círculo eleitoral que integra a cidade de
Salisbury.
O antigo primeiro-ministro belga Guy Verhofstadt,
presidente da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa (ALDE) no
parlamento europeu, também fez declarações muito duras sobre este
assunto.
“Este não é o momento para felicitar”, referiu o político belga na rede social Twitter.
“Iremos
sempre precisar de um diálogo com a Rússia, mas os laços mais próximos
deverão ser sempre condicionados pelo respeito pela ordem internacional
fundada em regras e valores fundamentais”, frisou Verhofstadt.
O
caso do ex-espião russo Serguei Skripal será um dos temas em debate na
próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE),
agendada para Bruxelas para quinta e sexta-feira (dia 22 e 23 de
março).
A atitude em relação a Moscovo está a dividir, no
entanto, os Estados-membros da UE. A maioria está convencida da
responsabilidade de Moscovo, mas muitos recusam inflamar as relações
entre a Rússia e o bloco comunitário e incriminar directamente o Kremlin
(Presidência russa).
Este caso está a provocar um clima de forte
tensão entre a Rússia e o Reino Unido. Londres anunciou a suspensão de
contactos bilaterais de alto nível com Moscovo e a expulsão de 23
diplomatas russos do Reino Unido.
Em resposta, Moscovo também
anunciou a expulsão de 23 diplomatas britânicos e o fim das actividades
do British Council na Rússia.
Vladimir Putin foi reeleito Presidente da Rússia no domingo passado com 76,67% dos votos.
* Alguém que na UE mostre verticalidade, Juncker é politicamente um eunuco. As eleições russas foram viciadas.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário