HOJE NO
"RECORD"
Família paralímpica reunida em Braga
A cidade de Braga recebe, nos dias 13 e 14 de abril, a segunda edição
do Congresso do Comité Paralímpico de Portugal, um evento que reunirá
naquela cidade minhota as personalidades mais importantes ligadas à
realidade do desporto adaptado e no qual serão discutidas as matérias de
maior importância desta dimensão desportiva, com o foco voltado para o
tema principal, que passa pelos ‘Impactos e desafios da inclusão
desportiva’.
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Com a presença confirmada do presidente do Comité Paralímpico
Internacional (IPC), o brasileiro Andrew Parsons, assim como dos líderes
dos Comités dos PALOP e de especialistas da área, este Congresso é
visto por Leonor Moniz Pereira, uma das caras fortes da Comissão
Científica do mesmo, como um "momento com bastante força", ainda que
ressalve a necessidade de uma divulgação apropriada.
Professora na Faculdade de Motricidade Humana, Leonor Moniz Pereira
explica que este encontro terá como objetivo "vir a conhecer as
dificuldades que existem, as facilidades, vir a conhecer ou caracterizar
a forma como se está a aplicar e a desenvolver a inclusão no desporto
adaptado nas federações e nos clubes". De resto, no seu entender, este
tipo de eventos é importante para "a sensibilização e mudança de atitude
das pessoas sem deficiência para as que têm deficiência e para aumentar
o conhecimento dos técnicos", isto porque os conhecimentos atuais podem
não ser "suficientes para atender com qualidade às pessoas com
deficiência".
A evoluir
Em conversa com Record, a filha do professor Moniz
Pereira admitiu uma evolução na realidade do desporto adaptado, pelo
menos no sentido da igualdade. "Já não é colocado em causa o direito das
pessoas com deficiência fazerem desporto. Está a evoluir porque há mais
prática desportiva e há mais pessoas a praticar fora da escola
especial, como sucedia antigamente". Ainda assim, tal evolução não
sucede "em termos de aproximação dos resultados internacionais", isto
devido à existência de um país "hegemonicamente superior a todos os
outros". De resto, na mesma linha de raciocínio, a professora da FMH, de
70 anos, admite que a "estrutura desportiva nacional é débil em relação
aos outros países, pois não tem uma estrutura forte, com muitos
técnicos. É mais difícil obter êxito", admite.
Cidade Europeia do Desporto de 2018, Braga foi a escolhida para albergar
este Congresso do Comité Paralímpico de Portugal, mas Leonor Moniz
Pereir admite que a opção tomada, sendo boa em alguns aspetos, pode não
sê-lo noutros.
"É sempre importante levar o desporto adaptado
para fora do centro habitual. Do ponto de vista das ideias e dos
princípios, o facto de o Congresso ser em Braga é bom, por ser a Capital
Europeia do Desporto, pelo aspeto da dinamização da atividade e isso é
ótimo."
Ainda assim, em sentido inverso, explica que do ponto de
vista prático tudo pode ser bem diferente, já que o facto de naquela
cidade minhota não haver formação específica nesta área pode ‘complicar’
o sucesso do simpósio, visto que, no seu entender, só com "conhecimento
se muda a mentalidade e a organização desportiva", algo que vê como
fulcral.
Nesse sentido, Leonor Moniz Pereira reforça a
importância cada vez maior da imprensa, seja escrita ou televisionada,
na divulgação deste e outro de todo o tipo de eventos desta dimensão
paralímpica. "Acho que os media têm um papel bastante importante e até
determinante, pela divulgação e força que podem fazer nesse sentido",
assevera. E, se assim for, então "qualquer local é bom" para este tipo
de ações.
* Paralímpicos e olímpicos são gente de valor, merecem o mesmo respeito e carinho.
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