23/02/2018

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HOJE NO 
"RECORD"
Família paralímpica reunida em Braga

A cidade de Braga recebe, nos dias 13 e 14 de abril, a segunda edição do Congresso do Comité Paralímpico de Portugal, um evento que reunirá naquela cidade minhota as personalidades mais importantes ligadas à realidade do desporto adaptado e no qual serão discutidas as matérias de maior importância desta dimensão desportiva, com o foco voltado para o tema principal, que passa pelos ‘Impactos e desafios da inclusão desportiva’.
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Com a presença confirmada do presidente do Comité Paralímpico Internacional (IPC), o brasileiro Andrew Parsons, assim como dos líderes dos Comités dos PALOP e de especialistas da área, este Congresso é visto por Leonor Moniz Pereira, uma das caras fortes da Comissão Científica do mesmo, como um "momento com bastante força", ainda que ressalve a necessidade de uma divulgação apropriada.

Professora na Faculdade de Motricidade Humana, Leonor Moniz Pereira explica que este encontro terá como objetivo "vir a conhecer as dificuldades que existem, as facilidades, vir a conhecer ou caracterizar a forma como se está a aplicar e a desenvolver a inclusão no desporto adaptado nas federações e nos clubes". De resto, no seu entender, este tipo de eventos é importante para "a sensibilização e mudança de atitude das pessoas sem deficiência para as que têm deficiência e para aumentar o conhecimento dos técnicos", isto porque os conhecimentos atuais podem não ser "suficientes para atender com qualidade às pessoas com deficiência".

A evoluir
Em conversa com Record, a filha do professor Moniz Pereira admitiu uma evolução na realidade do desporto adaptado, pelo menos no sentido da igualdade. "Já não é colocado em causa o direito das pessoas com deficiência fazerem desporto. Está a evoluir porque há mais prática desportiva e há mais pessoas a praticar fora da escola especial, como sucedia antigamente". Ainda assim, tal evolução não sucede "em termos de aproximação dos resultados internacionais", isto devido à existência de um país "hegemonicamente superior a todos os outros". De resto, na mesma linha de raciocínio, a professora da FMH, de 70 anos, admite que a "estrutura desportiva nacional é débil em relação aos outros países, pois não tem uma estrutura forte, com muitos técnicos. É mais difícil obter êxito", admite.
Cidade Europeia do Desporto de 2018, Braga foi a escolhida para albergar este Congresso do Comité Paralímpico de Portugal, mas Leonor Moniz Pereir admite que a opção tomada, sendo boa em alguns aspetos, pode não sê-lo noutros.

"É sempre importante levar o desporto adaptado para fora do centro habitual. Do ponto de vista das ideias e dos princípios, o facto de o Congresso ser em Braga é bom, por ser a Capital Europeia do Desporto, pelo aspeto da dinamização da atividade e isso é ótimo."

Ainda assim, em sentido inverso, explica que do ponto de vista prático tudo pode ser bem diferente, já que o facto de naquela cidade minhota não haver formação específica nesta área pode ‘complicar’ o sucesso do simpósio, visto que, no seu entender, só com "conhecimento se muda a mentalidade e a organização desportiva", algo que vê como fulcral.

Nesse sentido, Leonor Moniz Pereira reforça a importância cada vez maior da imprensa, seja escrita ou televisionada, na divulgação deste e outro de todo o tipo de eventos desta dimensão paralímpica. "Acho que os media têm um papel bastante importante e até determinante, pela divulgação e força que podem fazer nesse sentido", assevera. E, se assim for, então "qualquer local é bom" para este tipo de ações.

* Paralímpicos e olímpicos são gente de valor, merecem o mesmo respeito e carinho.

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