HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Quercus “chocada” apela à Celtejo
para desistir de acção judicial
contra ambientalista
A
associação ambientalista Quercus “apelou” hoje ao “bom senso da
Celtejo” e pediu-lhe para “desistir da ação judicial que interpôs contra
Arlindo Marques”, ambientalista do proTEJO, a quem reclama 250 mil
euros por difamação.
.
Em comunicado, a Quercus afirma que “esta
não é a forma responsável nem correta de a empresa lidar com os vários
problemas que se têm registado ao longo dos últimos anos no rio Tejo”.
A
associação ambientalista faz ainda saber que, “caso a Celtejo não
retire a queixa contra este cidadão, a quem todos muito devemos pela
forma como tem lutado pela qualidade da água do rio Tejo, a Quercus
tentará travar este processo com todos os meios ao seu alcance”.
Em
causa está um processo instaurado pela empresa Celtejo, fábrica de
celulose instalada em Vila Velha de Rodão, no distrito de Castelo
Branco, ao ambientalista Arlindo Marques, do movimento proTEJO, com sede
em Vila Nova da Barquinha, em Santarém, por este associar os episódios
de poluição no Tejo à empresa.
Associações ambientalistas,
autarquias e alguns políticos já manifestaram publicamente estarem
“solidários” com Arlindo Marques, guarda prisional de profissão e
conhecido como o “guardião do Tejo”, tendo a Quercus afirmado hoje estar
“chocada e indignada” com o processo judicial da Celtejo (Grupo ALTRI)
ao cidadão.
A associação afirma ainda “não deixar de ser curioso
que não tenham sido interpostas ações judiciais contra políticos,
deputados e outras figuras públicas, e que a Celtejo venha fazer de bode
expiatório este simples cidadão sem meios para fazer frente a este
gigante da indústria”.
Segundo a Quercus, “o cidadão Arlindo
Marques (...) tem sido incansável nos últimos anos a fazer denúncias,
acompanhadas de fotografias e filmes vídeo, de inúmeras situações reais
de episódios de poluição das águas do rio Tejo, tendo feito notar que,
“em muitas das situações registadas e denunciadas por Arlindo Marques,
existem fortes suspeitas de a poluição existente no rio Tejo ser
proveniente da Celtejo ou de indústrias de papel associadas”.
De
resto, continua, “a atribuição de responsabilidades a esta indústria de
celulose ligada à fileira do eucalipto por poluição do rio Tejo foi
feita publicamente por numerosas pessoas, nomeadamente por várias
figuras públicas”.
Assim, a Quercus considera que “esta indústria
ligada aos eucaliptos poderá estar a tentar condicionar o direito
constitucional que todos os cidadãos têm de expressar livremente a sua
opinião”.
No comunicado, a Quercus lista “citações várias que
provam que existem fortes suspeitas de a Celtejo ter responsabilidades
na poluição do rio Tejo”.
* Estamos na democracia dos tubarões e na indecência da falta de fiscalização estatal e contraordenações pesadas para quem vai matando o país.
A Celtejo que nos ponha um processo.
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