HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Inexperiência torna Portugal um "local conveniente" para ataques terroristas
Especialista
em contraterrorismo explica que os serviços de informações dos países
vizinhos estão a tornar-se mais experientes, o que pode desviar as
atenções para Portugal
O
especialista em contraterrorismo israelita Boaz Ganor considerou hoje
que o crescente número de turistas e o aumento da segurança nos países
vizinhos tornam Portugal "um local conveniente" para as organizações
terroristas concentrarem ataques ou infiltrarem operacionais.
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"Portugal
é afortunado por não sofrer ataques terroristas. Não estou é certo de
que não venham a acontecer no futuro", considerou hoje à Lusa o
especialista israelita, à margem de uma conferência no Instituto
Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de
Lisboa.
"NÃO TERRORISTA"
PERIGOSO |
Ganor é o fundador e diretor-executivo do
Instituto Internacional de Combate ao Terrorismo, no Centro
Interdisciplinar de Herzliya, em Israel, além de autor de diversos
livros sobre as formas de lutar contra este fenómeno.
Questionado
sobre as razões que têm afastado Portugal do mapa dos atentados
terroristas, nomeadamente sobre se é irrelevante para a mensagem que os
grupos terroristas querem passar, Boaz Ganor respondeu negativamente.
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"NÃO TERRORISTA"
PERIGOSO |
O facto de os serviços de informações e
contraterrorismo noutros países vizinhos - casos de Espanha, França e
mesmo a Bélgica, Alemanha e Holanda - estarem a tornar-se mais
experientes no campo do contraterrorismo, começa a fazer com que seja
mais difícil aos terroristas estarem preparados para cometer ataques
dentro desses países, referiu Boaz Ganor.
"Nesse
caso podem ver em Portugal um local conveniente, tanto para organizar
ataques - a cometer dentro ou fora de Portugal - como para infiltrar
terroristas a partir do exterior, para cometerem ataques mesmo dentro de
Portugal", explicou o especialista.
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"NÃO TERRORISTAS"
PERIGOSOS |
"Por
isso a minha recomendação seria: (...) apreciem o facto de não terem
sofrido ataques, mas preparem-se para o dia em que poderão ser
atacados", sublinhou.
Quanto à
preparação das autoridades portuguesas para lidarem com um possível
ataque terrorista, Boaz Ganor rejeita que Portugal seja "um alvo fácil".
"Não
digo que Portugal seja um 'soft target'. Acredito que os serviços de
segurança portugueses e a polícia têm conhecimentos, mantêm ligações com
outras autoridades europeias, partilham experiências. Mas não tem a
experiência no terreno que, infelizmente, outros têm", declarou.
Esta falta de experiência real pode ser compensada "com exercícios".
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"NÃO TERRORISTA"
PERIGOSO |
"Há
coisas que podem ser feitas. Acredito que há coisas a serem feitas. Não
quero parecer alarmista, isso de certeza, mas não existe isso de
demasiada segurança. É preciso sempre ter mais", concluiu.
* Boaz Ganor tem razão mas o maior problema em Portugal são os "não terroristas" perigosos.
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