HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Presidente da Proteção Civil demite-se
O presidente da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), Joaquim
Leitão, demitiu-se na quarta-feira, informou hoje à Lusa fonte do
Governo
A mesma fonte adiantou que Joaquim Leitão entregou na quarta-feira
uma carta de demissão dirigida ao secretário de Estado da Administração
Interna, Jorge Gomes, que, por sua vez, a remeteu para o
primeiro-ministro, atendendo à saída no mesmo dia da ministra da tutela,
Constança Urbano de Sousa, do executivo.
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A demissão foi aceite
pelo primeiro-ministro, António Costa, disse a fonte do Governo, e
segue-se à saída da ministra da Administração Interna, na quarta-feira, e
do comandante nacional operacional da ANPC, Rui Esteves, em setembro,
no pior ano de incêndios florestais da última década, que já deixaram
mais de cem mortos e acima de 500 mil hectares de área ardida.
Joaquim Leitão esteve pouco menos de um ano no cargo, tendo sido empossado em outubro de 2016.
No
início deste ano, propôs a substituição no comando operacional da APNC
de José Manuel Moura por Rui Esteves, até então comandante distrital de
Operações de Socorro em Castelo Branco.
Em setembro, Rui Esteves
demitiu-se, em resultado de dúvidas sobre a sua licenciatura em Proteção
Civil, no Instituto Politécnico de Castelo Branco, obtida com 32
equivalência em 34 unidades curriculares do curso, uma suspeita que se
alastrou a outros elementos do topo da hierarquia da ANPC, que terão
conseguido as suas graduações do mesmo modo.
Além do caso das
equivalências na estrutura da Proteção Civil, que estão sob investigação
da Inspeção-Geral de Educação e Ciência, recaem também sobre Rui
Esteves suspeitas de acumulação indevida de funções, como comandante da
ANPC e diretor do aeródromo de Castelo Branco.
Rui Esteves foi
substituído interinamente por Albino Tavares, até então comandante
nacional adjunto e que foi igualmente chamado por Joaquim Leitão para a
ANPC, depois de ter sido comandante do Grupo de Intervenção Proteção e
Socorro (GIPS) da GNR.
Albino Tavares permanece em funções, mas o
relatório da comissão técnica independente ao incêndio de Pedrógão
Grande refere que o então comandante adjunto ordenou, na madrugada de 18
de junho, aos operadores de comunicações para que não registassem mais
alertas na fita do tempo.
Durante a audição junto da comissão
técnica independente, Albino Tavares justificou a sua decisão com "o
excesso de informação que era produzida a partir do CDOS [Comando
Distrital de Operações e Socorro] de Leiria".
Joaquim Pereira
Leitão, ex-comandante do Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa,
sucedeu na presidência da ANPC a Francisco Grave Pereira, que se
demitiu, a 05 de setembro, na sequência do inquérito ao caso dos
helicópteros Kamov.
No sábado, quando Portugal continental
enfrentava o pior fim de semana do ano em fogos florestais, acima das
500 ocorrências, o presidente da ANPC recusou comentar quaisquer
conclusões do relatório independente sobre o combate aos incêndios do
verão no Centro, afirmando que a entidade estava a analisá-lo.
No
documento, entregue ao parlamento a 12 de outubro e que vai ser
analisado em Conselho de Ministros extraordinário marcado para sábado, a
comissão técnica apontou falhas no comando e descoordenação durante o
incêndio de Pedrógão e considerou que faltaram medidas que “poderiam ter
moderado” os seus efeitos, nomeadamente mortes.
No sábado,
Joaquim Leitão afirmou que "seria prematuro qualquer tipo de
consideração sobre um documento que ainda está em análise".
Confrontado
com conclusões do relatório como a falta de mobilização de meios ou a
suspensão da fita do tempo das operações, o presidente da Autoridade
afirmou não saber do que se tratava.
Na sua última declaração
pública, Joaquim Leitão limitou-se a afirmar que o pessoal da Autoridade
que chefiava continuava a dar "o melhor para que a segurança dos
cidadãos seja efetiva".
* Será que há alguma forma de associativismo estranho entre esta gente de licenciatura licenciosa, saltitante de lugar para lugar nomeados pela ANPC, perguntar ofende? Ainda bem.
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