HOJE NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
Tudo o que se sabe sobre a polémica
dos preços dos combustíveis
O secretário de Estado da Energia pediu uma investigação, mas Bruxelas disse que não. Os preços dos combustíveis voltam a estar na ordem do dia. Com texto e infografia, o Jornal Económico explica o que está em causa, o que dizem as empresas da indústria e como é que se formam os preços.
O que está em causa nas suspeitas do Governo?
Os
meses passam e as conclusões sobre as alegadas irregularidades nos
preços dos combustíveis parecem não querer aparecer. O caso remonta aos
primeiros dias de janeiro, quando se soube que o secretário de Estado da
Energia tinha pedido à Autoridade da Concorrência (AdC) para fazer um
novo estudo sobre a margem de lucros que as gasolineiras auferem na
venda ao público de combustíveis.
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Numa carta enviada à presidente
da AdC, Margarida Matos Rosa, Jorge Seguro Sanches pedia uma análise à
formação dos preços. “Tem vindo a aumentar de forma particularmente
significativa, desviando-se significativamente do que vinha sendo a sua
média histórica”, disse, na altura, conforme noticiou o Expresso.
A
três meses do final do ano, o tema volta a estar em cima da mesa,
depois de o governante ter enviado mais uma missiva – desta vez, à
comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, assinalou o DN/Dinheiro Vivo,
esta semana. O Executivo suspeita de que há “desvios significativos e
sistemáticos face aos preços internacionais”, que podem indicar que
houve comportamentos ilícitos ao nível da concentração de preços ou
abuso de poder.
A
AdC continua a investigar – e afirma estar a ter total cooperação por
parte das empresas visadas –, mas a Comissão Europeia acreditará que não
há motivos para desconfianças. Segundo o Jornal de Negócios, a
instituição liderada por Jean Claude-Juncker não vai avançar com a
averiguação às margens das petrolíferas por considerar que não existem
razões que a justifiquem. resultado idêntico, aliás, ao que já havia
chegado a AdC em 2009, quando estudou a matéria. Fonte desta
entidade revela ao Jornal Económico que do estudo levado a cabo apenas
resultaram recomendações à indústria, cuja implementação está atualmente
a ser avaliada pelo regulador.
De que forma é que a indústria se defende?
Não
se defende. Contactada pelo Jornal Económico, a APETRO escusou-se a
reagir à notícia da recusa de Bruxelas aceitar o pedido de Jorge Seguro
Sanches. Da mesma forma, a Entidade Nacional Para o Mercado dos
Combustíveis (ENMC), que tem na sua missão “a monitorização do mercado
de combustíveis”, não respondeu em tempo útil às questões enviadas por
e-mail pelo Jornal Económico.
Na
verdade, também não têm grandes razões para se defender, pois o público
não reclama dos preços que considera demasiado altos, pelo menos não
nos locais apropriados. A ENMC registou, desde maio de 2015, um total de
526 queixas relacionadas com o preço dos combustíveis, um número, por
si só, manifestamente pequeno, mais ainda quando comparado com o parque
circulante português, que ronda os seis milhões de unidades (dados
ACAP). O mesmo se verifica no Portal da Queixa, onde são registadas 55
queixas relacionadas com combustíveis, mas nenhuma delas com o seu
preço.
Como são estabelecidos os preços?
Ainda
que não se queixem dos preços elevados, muitos são os condutores lusos
que conhecem os preços dos combustíveis, onde eles são mais baratos e
quais os descontos que determinadas bombas aplicam e a que dias da
semana e/ou mês. Mas poucos sabem como é que os preços são, de facto,
criados e quais as componentes variáveis e ficas nesta matéria. É,
aliás, a elevada carga fiscal um dos principais argumentos das empresas
petrolíferas para os preços estarem tão altos – a ANAREC, associação que
representa os revendedores de combustíveis argumenta que as margens são
tão pequenas que alguns postos de combustível passam mesmo por
dificuldades financeiras –, além das inevitáveis flutuações dos mercados
internacionais. Em baixo, damos mais informação sobre tudo o que paga
quando vai abastecer.
* Quem é o otário? O Tuga pois claro!
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