HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Portugal não pode assinar tratado
contra armas nucleares
O
ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defendeu esta
sexta-feira em Nova Iorque a decisão de não ratificar o tratado Contra
Armas Nucleares que foi assinado esta semana na ONU.
"Portugal
não pode ser membro da NATO, que é uma aliança nuclear, e ser
subscritor de um tratado que declara ilegais as armas nucleares.
Portugal não é membro de alianças ilegais", explicou o ministro.
Augusto
Santo Silva falava à Lusa no final da sua participação na Assembleia
Geral da ONU, durante a qual mais de 50 países assinaram o novo tratado.
O documento foi aprovado em julho, com o voto positivo de mais de 120
países.
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"É preciso fazer uma distinção
entre a não proliferação e a redução do armamento nuclear, e a sua
ilegalização. Portugal é parte do Tratado de Não Proliferação Nuclear,
tem acompanhado os seus esforços e os resultados, vê com muitas
preocupações o facto de países se terem tornado potências nucleares em
violação do tratado e vê, em particular, com muitíssimo preocupação este
processo em que está o regime norte-coreano", explicou o ministro.
Esse esforço de redução das armas
nucleares, defende o ministro, é diferente deste "movimento
protagonizado por quase dois terços dos estados membros das Nações
Unidas no sentido de declararem ilegais as armas nucleares."
"Esse
movimento não acompanhamos. Não quer dizer que o hostilizemos, pelo
contrário, vemos com interesse esse movimento, mas não podemos fazer
parte dele", defende.
Portugal segue assim o exemplo dos seus colegas da NATO, mas torna-se o único país da CPLP a não ratificar o documento.
"O
que nós, e os restantes membros da NATO, dizemos é que essa questão do
fim das armas nucleares será colocada a seu tempo. Neste momento, o que é
preciso é evitar a proliferação de armamento nuclear e, evidentemente,
que a NATO, enquanto aliança político militar, não está disponível para
abdicar unilateralmente de um dos seus instrumentos de dissuasão mais
importantes, que é a forca nuclear", concluiu.
Na
quarta-feira, A NATO lamentou a adoção, por parte da Organização das
Nações Unidas (ONU), do tratado que proíbe armas nucleares, afirmando
que este "ignora" a complexidade das ameaças à segurança global.
O
acordo "ignora a realidade do ambiente de segurança internacional, que é
cada vez mais complexo", dizem os 29 Estados-membros da NATO num
comunicado divulgado hoje.
Este é o
primeiro tratado global da ONU para proibir armas nucleares e foi votado
a 07 de julho deste ano, em Nova Iorque, tendo obtido 122 votos a
favor, mas forte oposição dos países com capacidade nuclear, que
boicotaram as negociações.
Para a
Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), "o mundo deve
permanecer unido face a ameaças crescentes", particularmente "a séria
ameaça representada pelo programa nuclear norte-coreano" e, acrescenta,
"este tratado não leva em conta esses desafios urgentes de segurança".
* A lógica do sr. ministro está certa por Portugal ser membro da NATO, a lógica das armas nucleares é a destruição total, logo a lógica da NATO contempla a hipótese da destruição total, sendo assim o sr. ministro ponderou a possibilidade de Portugal ser cúmplice numa lógica de destruição total. Fixe, nós acreditamos no Pai Natal.
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