A política está assim!
Porque é que a política é assim, falsa, incoerente, inconsistente e hipócrita?
Entre
incêndios, furtos e outros acontecimentos, continuo a ver os políticos
mais preocupados com jogos de poder do que realmente unidos a tentar
encontrar soluções.
A tragédia de Pedrogão precisa de respostas,
mas porque pretendem os políticos respostas rápidas? Respostas rápidas
não são efectivas e na maior parte das vezes nem verdadeiras. Precisamos
de respostas seguras que permitam a médio e a longo prazo encontrar
estratégias preventivas eficazes.
O fast food do discurso
político já esgotou. Poucos são os que acreditam no entusiasmo das
repostas alternativas que alguns partidos da oposição apresentam, no
imediato, quando algo de negativo acontece com os governos em função. A
razão é muito simples: quando constituíram governo os mesmos partidos e
pessoas não foram coerentes com o discurso que agora transmitem, nem
ágeis na procura de soluções. A agilidade surge quando pressentem que os
acontecimentos trágicos podem servir de rampa de lançamento para
aumentar a visibilidade e ganhar espaço político para crescer nas
audiências e quiçá começar a ganhar votos para as próximas eleições.
Os
próprios jornalistas já nem conseguem esconder o incómodo ou irritação
que esta atitude lhes provoca. Há políticos completamente
despersonalizados que agem como se fossem máquinas pré-programadas não
conseguindo sair do conceito político de oposição e assumir uma atitude
que contrarie a tendência e acrescente algo de novo. A mudança só
acontece, em alguns casos, quando abandonam as carreiras de políticos de
alta competição e assumem o papel de analistas.
Depois vem o
espanto com a abstenção e a falta de interesse da comunidade na vida
politica. Roupa suja por roupa suja serve o love on top, pelo menos
estamos certos que não vão decidir aspectos essenciais da nossa vida e
da nossa segurança e só ocupam espaço num canal.
Na região, o tema Savoy reapareceu na boca de alguns como: a oportunidade.
O
Savoy? O que há mais para dizer que já não se tenha percebido? E
porque surgem agora discursos a criticar o que já defenderam ou
silenciaram em tempos não tão distantes. Porque é que a política é
assim, falsa, incoerente, inconsistente e hipócrita? Será que com o
tempo a maioria dos políticos perde a noção do certo e do errado e só
conseguem raciocinar em ciclo fechado olhando as suas responsabilidades
na lógica de alguns adeptos de futebol?
O Salvador falou do
“peido”. Percebo que chocou alguns, mas é possível perceber o que ele
queria dizer lá dentro da sua imaturidade, estilo próprio e factores que
o obrigam a crescer de forma diferente, imune à hipocrisia que alimenta
um lado significativo da cultura e da sociedade atual.
O que me
intriga é que todos os dias o discurso político entra de forma
profundamente incomodativa nas nossas vidas, contribuímos para a sua
subsistência, com vontade e sem vontade, e apesar do fedor os “peidos”,
na lógica do Salvador, são aclamados.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
08/07/17
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