ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
Omniflow.
A energia que sobrevive a nevões,
.furacões e desertos
Em 2017, a Omniflow foi a única portuguesa a integrar a lista das 100 startups europeias mais promissoras da plataforma Red Herring
Ainda 2017 não vai a meio e já o ano se
adivinha de sucesso para a startup portuense Omniflow, que se lançou no
mercado com um sistema híbrido de geração de energia solar e eólica,
destinada a fins residenciais, comerciais, telecomunicações, sistemas de
wi-fi e iluminação urbana. Depois de ter sido a única das quatro
finalistas portuguesas a ser integrada no ranking Top 100 Europe 2017
Winners, a lista anual da plataforma de tecnologia Red Herring que
distingue as 100 startups europeias mais promissoras, a Omniflow espera
este ano um “crescimento significativo”, de um volume de vendas de 320
mil euros em 2016 para 1,5 milhões em 2017.
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Com apenas 300 unidades das suas torres eólicas e solares vendidas nos
últimos quatro anos, as encomendas não param agora de chegar e até ao
final do ano venderão 450 novos equipamentos para geografias tão
diferentes como Nova Iorque, Cascais, Dubai ou China.
Pela frente está também o desafio de
preparar uma nova ronda de investimento no valor de seis milhões de
euros, com investidores estrangeiros, que permitirá à startup atingir o
crescimento tão desejado. “O objetivo principal é o aumento da
capacidade comercial e resolver alguns assuntos cruciais, como reforçar a
capacidade interna de engenheiros de software e eletrónica, valências
que não possuímos a 100%”, disse ao Dinheiro Vivo Pedro Ruão, CEO da
Omniflow.
Sobre a recente distinção da Red Herring, o fundador garante que “foi o
reconhecimento do nosso percurso, e principalmente da nossa visão de
futuro, e é um bom indicador de que estamos no caminho certo e com este
prémio temos a oportunidade de estar mais visíveis aos investidores
internacionais”.
Depois de terem recebido várias distinções ao longo do seu percurso, tais como o EDP Richard Branson (2010), ANJE Jovem Empreendedor (2011), Altran Innovation Award (2013), Horizon2020 (2016) e Desafios Porto (2016), Pedro Ruão garante que é tempo agora de apostar em novas rondas de investimento e “pôr em prática o nosso plano de crescimento nos mercados estratégicos e o reforço das nossas competências internas”.
Depois de terem recebido várias distinções ao longo do seu percurso, tais como o EDP Richard Branson (2010), ANJE Jovem Empreendedor (2011), Altran Innovation Award (2013), Horizon2020 (2016) e Desafios Porto (2016), Pedro Ruão garante que é tempo agora de apostar em novas rondas de investimento e “pôr em prática o nosso plano de crescimento nos mercados estratégicos e o reforço das nossas competências internas”.
Até agora a Omniflow já arrecadou cerca de 900 mil euros em
financiamentos, primeiro por parte da Cotec Portugal e depois do
Portugal Ventures, estando na calha também a segunda fase da candidatura
ao programa Horizonte 2020, com um projeto que envolve nada menos de
1,2 milhões de euros. “O capital é o que nos dá as noites sem dormir”,
confessa Pedro Ruão.
Formado em Engenharia de Materiais, o fazedor trabalhava numa empresa de
desenvolvimento de produtos nas áreas automóvel, náutica e robótica,
quando viu o anúncio para o prémio EDP e ficou a “pensar naquilo”. Num
fim de semana, a andar de bicicleta, Pedro reparou em torres eólicas
convencionais e questionou-se sobre a possibilidade de existir um
processo diferente para produzir energia renovável.
E assim surgiu o primeiro conceito da Omniflow: um dispositivo para
produzir e armazenar energia, utilizando uma asa omnidirecional
invertida para direcionar o vento vindo de qualquer direção para uma
turbina associada a painéis fotovoltaicos instalados na mesma estrutura
vertical.
“Nessa altura, o modelo de negócio era virado para a produção e
autoconsumo de energia no mercado doméstico. Em 2015, decidimos evoluir o
conceito porque percebemos que a nossa tecnologia podia ser utilizada
no mercado mais interessante e abrangente do business to business. Os
nossos clientes são agora cidades, grandes empresas, estados, países”,
revela o fundador.
Fundamental para a sobrevivência do negócio foi perceber que os sistemas
urbanos – iluminação pública, sistemas de wi-fi, videovigilância,
sensores de qualidade de ar, semáforos – vão passar a ser autónomas no
futuro, ou seja, vão poder gerar a sua própria energia sem estarem
ligados à rede pública de eletricidade.
A grande aposta da Omniflow está agora na diversificação da oferta e no
desenvolvimento de diferentes softwares que permitam adaptar a
tecnologia de base a novos usos. “Nascemos virados para a energia mas
agora podemos adaptar os equipamentos a diferentes funcionalidades só
através do software”, explica o fundador.
A rota de crescimento da startup incluiu a entrada de um novo sócio,
António Correia, e o crescimento para uma equipa de dez pessoas nos
departamentos técnico, logística e produção. Depois de uma estada no
Centro de Novas Empresas de Tecnologia, em 2016 investiram em novas
instalações industriais no Porto, com 1000 m2.
Tecnologia dá cartas
Ao vivo e a cores é já possível ver as plataformas de energia da
Omniflow no Dubai (onde as baterias de chumbo de cristal, com uma
esperança de vida de 10 anos, sobrevivem às elevadas diferenças térmicas
e aos ventos do deserto), na baixa de Manhattan (onde o equipamento
situado a 8 metros do chão foi o único capaz de produzir e armazenar
energia durante os intensos nevões do último inverno), em Long Island e
noutros locais do estado de Nova Iorque, cujas principais
infraestruturas energéticas foram destruídas na sequência do furacão
Sandy. Para breve está também o fornecimento de 20 unidades para equipar
uma marina também em Nova Iorque.
Na Europa, a Omniflow trabalha com o grupo alemão Volkswagen, na
iluminação de um parque de estacionamento de bicicletas na Alemanha, com
a britânica Vodafone, com várias unidades já instaladas para uso de
telecomunicações, e ainda com a Siemens, na área da mobilidade para o
desenvolvimento conjunto de um sistema de semáforos autónomos, cujo
projeto será apresentado em breve.
Em território nacional, Cascais exibe já 19 unidades com capacidade para videovigilância e wi-fi, e o parque industrial onde se insere a Farfetch, a norte, com um espaço para 600 viaturas iluminado de forma autónoma e sem falhas desde outubro. E porque o céu é o limite, Pedro Ruão está de olho também na Índia e em projetos no âmbito das smart cities do futuro.
* Verdadeiros empreendedores, portugueses.
Em território nacional, Cascais exibe já 19 unidades com capacidade para videovigilância e wi-fi, e o parque industrial onde se insere a Farfetch, a norte, com um espaço para 600 viaturas iluminado de forma autónoma e sem falhas desde outubro. E porque o céu é o limite, Pedro Ruão está de olho também na Índia e em projetos no âmbito das smart cities do futuro.
* Verdadeiros empreendedores, portugueses.
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