ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"
Países do sul pagam fim do roaming
na União Europeia
O fim do roaming previsto para 15 de junho poderá levar a aumentos dos preços domésticos de países importadores de turistas, diz estudo da Altran
Não só o fim do roaming deverá levar a um
aumento dos preços das telecomunicações no mercado doméstico, como serão
os países do sul e os cidadãos com menores recursos a custear as
chamadas, os SMS ou a navegação na Internet sem custos adicionais feita
por utilizadores dos países do norte da Europa, ou com mais rendimentos.
A conclusão é de um estudo da consultora Altran sobre o impacto do fim
do roaming na União Europeia a partir de 15 de junho. Portugal é um
desses países.
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“Um aumento dos preços domésticos poderá ser uma consequência da adaptação da Roam like at Home (utilizador usa o pacote de telecomunicações que definiu no seu mercado de origem sem pagar roaming) dada a necessidade de investimento na capacidade de rede, especialmente em países que importam roaming [recebem muitos turistas] com grande sazonalidade”, alerta a Altran.
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“Um aumento dos preços domésticos poderá ser uma consequência da adaptação da Roam like at Home (utilizador usa o pacote de telecomunicações que definiu no seu mercado de origem sem pagar roaming) dada a necessidade de investimento na capacidade de rede, especialmente em países que importam roaming [recebem muitos turistas] com grande sazonalidade”, alerta a Altran.
Mas o impacto é sentido internamente em cada um dos países europeus, em
particular os cidadãos com mais baixos rendimentos. Estes, alerta a
Altran, “não têm recursos” para viajar, logo não beneficiam do fim das
tarifas de roaming. “Pessoas com um rendimento médio ou elevado têm mais
probabilidade de viajar porque têm os recursos para isso. Quando a Roam
like at Home estiver implementada, estes viajantes irão beneficiar de
melhores tarifas do que agora. Irão poupar dinheiro à custa de pessoas
com baixos rendimentos no seu país, que poderão ver as tarifas de dados
aumentar significativamente”, refere o estudo Zero Roaming – A Pitfall
of European Regulation. “Pessoas com menores rendimentos irão subsidiar o
acesso aos serviços digitais de pessoas com elevados rendimentos.”
Um impacto que será ainda maior no caso de
países que são destinos turísticos. “Tarifas de dados domésticos irão
aumentar enquanto a implementação da Roam like at Home irá reduzir o
preço que os turistas pagam quando visitam países como Espanha,
Portugal, Grécia ou Croácia”, diz o estudo.
A sazonalidade é outro dos problemas que países como Portugal (que
recebe mais turistas do que envia) vão enfrentar. Esta “trará um impacto
negativo nos operadores nacionais por via do sobredimensionamento
necessário para dar resposta aos picos de turismo e de uma maior
dificuldade no planeamento das suas redes”, explica Alexandre Ruas,
diretor de telecom e media da Altran Portugal, ao Dinheiro Vivo.
“As redes dos países importadores estarão mais sujeitas a variações significativas do tráfego ao longo do ano, atingindo picos máximos no verão”, refere Alexandre Ruas. Se os operadores não conseguirem “garantir que a receita vinda do negócio wholesale [grossista] é assegurada” poderão “ser obrigados a financiar ações via receita doméstica, podendo impactar tarifas mensais”. Mais, lembra o estudo da Altran, o rendimento per capita dos países receptores de turismo na Europa é inferior aos do Norte. No Reino Unido, por exemplo, o rendimento é de 39.600 euros. Em Portugal é de 17.300 euros.
Aos operadores não resta alternativa. “Serão certamente obrigados a investir de modo a dar resposta à nova lei da UE”, diz Alexandre Ruas. E para evitar o aumento de preços no mercado doméstico os operadores podem “definir estratégias diferenciadoras”: introduzir “novos tarifários, quer no mercado convergente, quer no stand alone”; disponibilizar conteúdos “via OTT (over the top) livres de roaming, que serão diferenciadores e aumentarão a receita média por cliente (ARPU)” ou operadores com links internacionais podem “fazer uso da infraestrutura para se tornarem diferenciadores e competitivos”.
* Como sempre o Norte a chular o Sul.
“As redes dos países importadores estarão mais sujeitas a variações significativas do tráfego ao longo do ano, atingindo picos máximos no verão”, refere Alexandre Ruas. Se os operadores não conseguirem “garantir que a receita vinda do negócio wholesale [grossista] é assegurada” poderão “ser obrigados a financiar ações via receita doméstica, podendo impactar tarifas mensais”. Mais, lembra o estudo da Altran, o rendimento per capita dos países receptores de turismo na Europa é inferior aos do Norte. No Reino Unido, por exemplo, o rendimento é de 39.600 euros. Em Portugal é de 17.300 euros.
Aos operadores não resta alternativa. “Serão certamente obrigados a investir de modo a dar resposta à nova lei da UE”, diz Alexandre Ruas. E para evitar o aumento de preços no mercado doméstico os operadores podem “definir estratégias diferenciadoras”: introduzir “novos tarifários, quer no mercado convergente, quer no stand alone”; disponibilizar conteúdos “via OTT (over the top) livres de roaming, que serão diferenciadores e aumentarão a receita média por cliente (ARPU)” ou operadores com links internacionais podem “fazer uso da infraestrutura para se tornarem diferenciadores e competitivos”.
* Como sempre o Norte a chular o Sul.
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