HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
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DA MADEIRA"
Liliana Rodrigues pede à Comissão
.Europeia que penalize a Hungria pela
.violação dos direitos humanos
.Europeia que penalize a Hungria pela
.violação dos direitos humanos
Face
ao recrutamento de denominados “caçadores de migrantes” para patrulhar a
fronteira da Hungria, a eurodeputada Liliana Rodrigues insiste que “é
mais do que tempo da União Europeia tomar medidas concretas em relação a
este país. ConstantementeViktorÓrban nos surpreende pela negativa,
agora com o anúncio da criação de uma espécie de milícia armadaque se
encarregará de ‘caçar’ as pessoas que cruzam a fronteirada Hungria”.
.
A
deputada socialista mostra-se indignada com a passividade da Comissão
Europeia no que respeita ao comportamento deste Estado Membro, sendo que
“tanto a Amnistia Internacional, como a HumanRightsWatch e mesmo a
própria ONU, alertam para o facto de que o discurso e as acções do
governo húngaro promovem uma política de supressão sistemática dos
direitos dos refugiados, dos imigrantes e dos seus próprios cidadãos”.
Foi
essa indignação e a exigência de acções concretas que levaram Liliana
Rodrigues a questionar mais uma vez a Comissão Europeia a propósito da
Hungria, lembrando que“as obrigações impostas aos países candidatos ao
abrigo dos critérios de Copenhaga continuam a aplicar-se aos
Estados-Membros após a adesão à UE e que esta tem o direito e o dever de
exigir que a Hungria respeite o Estado de Direito e os direitos humanos
fundamentais”.
Após as eleições de 2010 na Hungria, a maioria
governamental obteve mais de dois terços dos lugares no Parlamento,
permitindo-lhe, no entender da deputada madeirense, uma rápida e intensa
atividade legislativa com vista a reformular a ordem constitucional do
paíse, por essa via, proceder a uma alteração significativa do quadro
institucional e jurídico, bem como de diversos aspetos fundamentais não
só da vida pública mas também da vida privada.
A Hungria encetou
uma deriva autoritária e “deve ser chamada à razão pelos seus parceiros
europeus”, refere Liliana Rodrigues, salientando que Viktor Órban
interferiu na independência do poder judicial, nomeadamente do Tribunal
Constitucional, e enfraqueceu o parlamento, realizou uma reforma
eleitoral de forma unilateral e aprovou legislação restritiva face à
comunicação social e à liberdade de expressão e de associação, facto que
afecta o trabalho de muitas ONG. Introduziu ainda a denominada Lei das
Igrejas, que prevê um novo regime jurídico para a regulação de
associações religiosas e igrejas no país, condicionada agora à aprovação
prévia de dois terços do Parlamento. Não aceitou as quotas de
refugiados definida pela UE e construiu um muro na sua fronteira com a
Sérvia, agora reforçado, para impedir a entrada de migrantes e
refugiados. Órban não hesita em recorrer à força e a proceder a
detenções arbitrárias e a expulsões ilegais. “Agora surge com esta ideia
absurda de recrutar estes modernos caçadores de migrantes”.
Liliana
Rodrigues reitera a “necessidade de instrumentos eficazes para
acompanhar o cumprimento das normas e valores comuns por parte dos
países depois de aderirem à UE e que sirvam para os sancionar caso estes
não estejam a ser respeitados”, acrescentando que “precisamos ter a
coragem de dizer à Hungria que tudo aquilo que deseja tratar com as
instituições europeias será suspenso até que se garanta o respeito pelo
Estado de Direito. Se a UE pode ameaçar Portugal e Espanha por
incumprimento do défice, mais se justifica agora, quando estão em causa
valores mais importantes.”
Pergunta enviada pela eurodeputada Liliana Rodrigues à comissão Europeia:
A
escalada de atropelos à democracia e aos direitos humanos por parte do
Governo húngaro aparenta não ter limites. Esta semana soubemos da
contratação de cerca de três milhares de “caçadores de migrantes” para
constituir uma milícia encarregue de patrulhar a fronteira da Hungria.
Estes “caçadores de migrantes”, que não integram a força policial ou
militar, terão direito a posse de arma de fogo, bastões, gás pimenta e
algemas.
1. Até quando a Comissão Europeia vai tolerar os ataques
de ViktorOrbán e do seu Governo ao Estado de Direito, à liberdade
política e democrática e ao trabalho das Organizações Não
Governamentais?
2. Como encara a Comissão a contratação de
denominados “caçadores de migrantes” com direito a posse de arma de
fogo, bastões, gás pimenta e algemas por parte de um Estado Membro?
2.
Se a Comissão Europeia coloca a hipótese de penalização através dos
fundos europeus aos países que não cumprem algumas décimas do défice,
não entende que a mesma penalização se deveria colocar, de forma mais
justificada, a um país que, de forma reiterada e sem mostrar receio de
quaisquer consequências, viola os direitos humanos dentro da UE?
* A eurodeputada Liliana Rodrigues tem feito um combate exemplar como activista dos Direitos Humanos, tem desde há muito o nosso respeito.
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