HOJE NA
"VISÃO"
"VISÃO"
Nelson Évora:
A história de um ouro surpreendente
Nelson Évora voltou a surpreender e, com uma resiliência impressionante, renovou o título de campeão europeu do triplo salto em pista coberta, em Belgrado, com uma marca de 17,20 metros.
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Aos 32 anos, e depois de um hiato na carreira devido a graves lesões e
cirurgias, o antigo campeão olímpico e do mundo continua a ser um
atleta competitivo e conseguiu a sua marca de sempre em pista coberta, a
um centímetro dos 17,21 que lhe deram o título em Praga, há dois anos.
Mesmo
depois de uma qualificação ao primeiro salto, há dois dias, não era
previsível este novo título, face à forma do grande favorito, o alemão
Max Hess, que 'voou' a 17,52, nova liderança mundial do ano.
Hoje,
Hess esteve desastrado e, entre vários nulos, limitou-se a ser
terceiro, com 17,12. Pressionado, faria somente 16,57 no último ensaio,
na derradeira resposta ao português.
Hess ficaria com o bronze,
ainda batido pelo 'super-veterano' de 40 anos, o italiano Fabrizio
Donato, que, na sua 17.ª época na alta roda do atletismo, ainda
conseguiu um registo de 17,13.
A final de hoje nem sequer começou
bem para Nelson Èvora, que começou com um nulo e via o letão Elvis
Misans ser o primeiro líder, com 17,02.
Depois, Donato assumia o
comando, com 17,13, e o português conseguia a sua melhor marca da época,
com 16,92, subindo ao quarto lugar.
Ao terceiro ensaio, Nelson
'explodiu' e assumiu a liderança, com 17,20, enquanto finalmente Hess,
após dois nulos, acertava melhor o salto e ia aos 17,12 e ao bronze.
Nada
de novo no quarto ensaio, já que Évora, Hess e Misans fizeram nulo e
Donato prescindiu. No quinto, ninguém passou dos 17 metros, com o
português a ser o que mais se aproximou, com 16,98.
Ninguém conseguiu melhorar, no salto final, e, já campeão, Nelson Évora fez nulo.
Para
o português, que este ano fará 33 anos, o palmarés chega às sete
medalhas em grandes competições. Além destes dois títulos europeus
'indoor', foi também campeão olímpico e nos Mundiais absolutos conseguiu
os três lugares do pódio - campeão em 2007, vice em 2009 e bronze em
2015).
Foi ainda terceiro no Mundial de pista coberta de 2008, a
que se pode juntar mais sete lugares de top-8 a este nível, só como
sénior.
A sua carreira sofreu uma fase de quase apagamento entre
2010 e 2012, com várias lesões, uma das quais bem grave (fratura da
tíbia) e cirurgias, mas conseguiu superar isso e ressurgir a um nível de
novo bastante positivo, numa espécie de 'segunda carreira', que
pretende prolongar por mais alguns anos.
* Um homem extraordinário
.
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