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"OBSERVADOR"
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CaixaBank indica espanhol para substituir Ulrich como presidente executivo do BPI
Fernando Ulrich vai deixar a presidência executiva do BPI no final de
abril e será substituído por Pablo Forero que é diretor-geral do
CaixaBank, onde tem o pelouro da área de gestão de risco.O banco catalão
passou a controlar 84,5% do BPI depois da oferta pública de aquisição.
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Em comunicado,
o banco revela que Fernando Ulrich e Artur Santos Silva, que é
presidente do conselho de administração não executivo, informaram que
não pretendiam manter-se nos cargos num novo mandato. Ulrich vai ficar
como presidente do conselho de administração. O gestor foi presidente
executivo do BPI durante 13 anos, depois de substituir Artur Santos
Silva.
Em conferência de imprensa esta quarta-feira, Fernando Ulrich
manifestou a convicção de que o futuro será melhor para os clientes e
trabalhadores, porque o BPI ficará integrado num grupo bancário de
grande dimensão ibérica.
"O BPI, a partir de hoje, faz parte do grupo CaixaBank. Isso é claro. Até
agora, o CaixaBank era o maior acionista. A partir de hoje, o CaixaBank
controla o BPI. Não há nenhuma dúvida sobre isto e eu entendo que isto é
uma boa notícia para o BPI e para os clientes”.
Em abril do ano passado, quando questionado sobre se a OPA do CaixaBank poderia afastá-lo da presidência do BPI, Fernando Ulrich respondeu
que tinha “boas hipóteses” de ser eleito para mais um mandato. Quase um
ano depois, confirma-se só que o novo mandato será como presidente não
executivo, um cargo que lhe vai permitir não ter saudades do banco no
qual trabalhou mais 34 anos.
O ainda presidente do banco justifica
a sua decisão de abandonar funções executivas, considerando que nesta
nova fase o BPI deve ser liderado por alguém do CaixaBank, que conheça o
grupo, desvalorizando ainda a questão da nacionalidade do novo CEO. O
seu sucessor, Pablo Forero, está no banco catalão desde 2009.
Esta nomeação rompe com uma certa tradição dos investimentos espanhóis de alguma dimensão em bancos portugueses. Por exemplo, o Totta, comprado pelo Santander em 2001, sempre foi liderado por gestores portugueses:
António Horta Osório, Nuno Amado e Vieira Monteiro. O Banco Popular em
Portugal foi liderado por Rui Semedo até à sua morte em 2015 e o
Bankinter escolheu um quadro português do Barclays, Carlos Brandão para
ser o gestor de país (country manager) das operações compradas ao banco
inglês.
BPI fica na bolsa, mas sai do índice PSI 20
Apesar da escolha do novo presidente executivo ter ficado em casa,
neste caso na nova casa espanhola do BPI, o presidente do CaixaBank
deixou a garantia de que o BPI manterá “uma base portuguesa,
o que explica a maioria dos membros portugueses nos órgãos sociais” que
vão ser eleitos em abril. Para já, o banco vai continuar cotado na
bolsa de Lisboa, mas sairá do índice PSI 20 devido à concentração de
muito capital num só acionista, o CaixaBank. O índice das principais
empresas cotadas já só tem 17 títulos representados.
Gonzalo Gortázar defendeu ainda que Portugal é um país com
grande potencial, razão pela qual o CaixaBank quer fazer parte do
futuro. Sobre a saída de trabalhadores do banco — No prospeto da OPA, o
CaixaBank admitia a redução de mais 900 colaboradores — Gortázar disse
que o número era indicativo, adiantando que o processo será feito no
passado por via de rescisões amigáveis.
Na sua estreia pública como futuro presidente do banco, Pablo Forero revelou que está a aprender português,
idioma que espera dominar com mais à vontade da próxima conferência de
imprensa. Como estratégia para o banco português destacou a manutenção
do foco comercial nas equipas do BPI a grande prioridade será a
proximidade com os clientes.
O fundador do BPI foi convidado para
presidente honorário nos órgãos sociais que serão eleitos na assembleia
geral de 26 de abril. Artur Santos Silva lançou a Sociedade Portuguesa
de Investimentos em 1981 que depois passou a banco em 1985, o mesmo ano
em que foi criado o BCP.
Artur Santos Silva também procurou
desvalorizar a “espanholização do BPI, sublinhando que o mais importante
é o BPI servir o melhor possível o mercado português. Santos Silva
afirmou não estar nada preocupado com a possibilidade do banco que criou
vir a ser uma filial de um grupo espanhol. E realçou também que o BPI
tem os parceiros certos, o CaixaBank, e a Allianz, seguradora alemã que
se mantém no núcleo duro acionista.
Na comissão executiva vão
ficar José Pena do Amaral, Pedro Barreto e João Oliveira Costa. Celeste
Hagaton, a única mulher no conselho, e Manuel Ferreira da Silva também
comunicaram que não queriam fazer um novo mandato. Estes gestores
estiveram na comissão executiva 18 e 16 anos, respetivamente. Entram
neste órgão, Alexandre Lucena e Vale, António Farinha de Morais,
Francisco Manuel Barbeira, para além de Ignácio Alvarez Rendueles e Juan
Ramon Fuertes.
António Lobo Xavier vai subir a vice-presidente do
conselho de administração do BPI. Já Mário Leite Silva, administrador
da Santoro de Isabel dos Santos, Carlos Moreira da Silva e Armando Leite
de Pinho, deixam a administração do banco.
Os nomes agora
propostos para os novos órgãos sociais do banco estão sujeitos às
necessárias autorizações das entidades de supervisão.
* A "zeduzita" saíu do BPI, não ficou a perder em termos financeiros mas foi uma derrota para a sua sobranceria.
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