HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
Governo admite queixa por
“denúncia caluniosa” sobre
contrato das iluminações
A
Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura (SRETC) garantiu,
esta tarde, em comunicado, que “o Governo Regional limitou-se a cumprir
escrupulosamente a lei” no processo de adjudicação das iluminações
natalícias de 2015 e que deverá apresentar uma queixa-crime por
“denúncia caluniosa” contra o(s) autor(es) que fizeram uma denúncia
anónima na Polícia Judiciária a apontar ilegalidades naquele
procedimento.
.
Num longo comunicado, o departamento liderado por
Eduardo Jesus admite que desconhecia a existência da denúncia na PJ ou
no Ministério Público, revelada hoje pelo jornal i, mas revela-se seguro
da legalidade de todos os seus procedimentos, assinalando que “todas as
decisões judiciais proferidas nas acções e providências cautelares
instauradas, sem qualquer excepção, terem sido sempre favoráveis à RAM” e
que o Tribunal de Contas deu o visto ao contrato com a empresa Luxstar.
De
seguida, passa a descrever pormenorizadamente o processo que culminou
na adjudicação do contrato das iluminações a uma nova empresa, a
Luxstar, em vez do habitual adjudicatário, a Luzosfera. Assim, o
concurso aberto para as iluminações de 2015 e Carnaval de 2016 foi
aberto com preço-base de 2 milhões de euros (mais IVA). O concurso ficou
deserto, porque nenhuma das propostas respeitava as regras – a proposta
da Luzosfera, no valor de 3,8 milhões de euros, excedia em muito o
preço-base.
De seguida, o Governo optou por desemcadear um ajuste
directo pelo mesmo valor, convidando todos os concorrentes do concurso.
Foram admitidas duas propostas: a da Luxstar (2 milhões de euros) e a
da Luzosfera (1,7 milhões de euros). O contrato foi adjudicado a esta
última, por ter apresentado o valor mais baixo, não sem antes a
Secretaria da Economia ter pedido a confirmação da empresa da sua
capacidade em realizar um contrato por um valor que era
significativamente mais baixo do que o da sua primeira proposta.
“Imediatamente a seguir [à adjudicação], ainda antes de o contrato ser
outorgado, a Luzosfera informou a SRETC que, afinal, não estava em
condições de executar a prestação de serviços de acordo com a proposta
que apresentara”, descreve a Secretaria, que relata que a empresa
propôs, em alternativa, executar o contrato das iluminações “utilizando
materiais absolutamente distintos dos que eram exigidos pelo caderno de
encargos”. Ao mesmo tempo, a Luzosfera “não prestou a necessária
caução”, pelo que “à SRETC não restou outra alternativa que não fosse
revogar a adjudicação que fizera à Luzosfera e adjudicar à Luxstar, a
concorrente com a segunda melhor proposta”.
Entretanto, a
Luzosfera foi declarada insolvente em Novembro de 2016, data que
coincide com a da denúncia noticiada pelo jornal i. A Secretaria
chefiada por Eduardo Jesus é muito crítica em relação à postura da
empresa do grupo de Sílvio Santos: “a Luzosfera adoptou uma conduta
eivada de má-fé em ambos os procedimentos, com condutas impróprias e
irrazoáveis, culminada com uma velada imputação de responsabilidades ao
Governo Regional pelo despedimento colectivo de um grupo dos seus
trabalhadores, os quais, lamentavelmente, foram usados, de forma leviana
e demagógica, junto da opinião pública, para justificar os
procedimentos errados (e em claro desrespeito da lei) que resolveu
seguir”.
* A Justiça decidirá.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário