HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
Parlamento venezuelano declara
.“abandono do cargo”
.“abandono do cargo”
do Presidente Nicolás Maduro
O
parlamento venezuelano, onde a oposição detém a maioria, chegou hoje a
um acordo para declarar o “abandono do cargo” do Presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, e exigir uma saída eleitoral para a crise
político-económicado país.
O acordo foi conseguido durante a
sessão ordinária de hoje, com os votos a favor de 106 dos 167 deputados
do parlamento, com o Polo Patriótico a acusar aquele organismo de
“usurpar funções” para o qual não está habilitado e com o Supremo
Tribunal de Justiça a insistir que a Assembleia Nacional não está
habilitada para demitir o Chefe de Estado.
“[Aprova o parlamento]
declarar que Nicolás Maduro Moros, invocando o cargo de Presidente da
República, tem incorrido em ações e omissões que situam o seu desempenho
completamente à margem do desenho e funções constitucionais da
Presidência da República, em virtude da grave rutura da ordem
constitucional e democrática, da violação de direitos humanos, da
devastação das bases económicas e sociais da nação e dos atentados à
integridade da República, que tem levado a cabo”, lê-se no texto do
acordo.
Por outro lado, a Assembleia Nacional (AN) declara que,
“em consequência e conformidade com a Constituição”, o Chefe de Estado
“abandonou o seu cargo”, assim como “as funções constitucionais” que lhe
são inerentes, “especialmente a obrigação de cumprir e fazer cumprir a
ordem constitucional e as leis”.
Para a AN, “a única forma de
resolver os graves problemas que afetam o país e de conter o
desmantelamento das instituições republicanas é devolver o poder ao povo
da Venezuela e, portanto, pela convocatória para realizar eleições
livres e plurais”.
No documento, o parlamento ratifica o seu
compromisso “com a restituição da ordem constitucional” que se produz
“quando desde a Presidência da República se faz uso da autoridades civil
e militar para minar a Constituição”.
Por outro lado, “reitera a
decisão de acudir às instâncias internacionais competentes para
denunciar as violações dos direitos humanos e de elementos essenciais da
democracia que sofrem os venezuelanos, em cuja comissão Nicolás Maduro
tem tido um papel protagónico”.
Segundo o órgão legislativo
venezuelano, o chefe de Estado tem tentado impor o modelo
castro-comunista no país, governa sob um estado de exceção sem aprovação
do parlamento e ordena que sejam desacatados os pedidos de
comparecência dos ministros a fim de declararem sob a gestão que
realizam.
Considera ainda que a violação da liberdade de
expressão e a não defesa do Ezequibo (território em reclamado perante a
vizinha Guiana), são alguns dos motivos para declarar que o Presidente
abandonou o cargo.
Por outro lado, responsabiliza o chefe de
Estado pelas violações de direitos humanos, cometidas no contexto da
repressão policial e da discriminação por razões políticas, por
sentenças arbitrárias do Supremo Tribunal de Justiça e que se tem
auto-facultado para aprovar contratos de interesse público com Estados e
entidades estrangeiras.
Também por facilitar a corrupção e
promover uma “ausência de separação de poderes” que “explica uma
confabulação executivo-judicial constitutiva de um golpe de Estado” e
que a falta de incumprimento das suas funções levou a uma inflação de
mais de 500% em 2016, uma depressão da economia refletida na queda de
12% do PIB e numa grave escassez de alimentos e medicamentos, entre
outros problemas.
* A Venezuela está sem rei nem roque, o pior é que vivem no país centenas de milhares de portugueses.
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