HOJE
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Mais de 20 procissões
mudam de estrada para não pagar taxa
Autarcas da Área Metropolitana do Porto criticam as "taxas e taxinhas" cobradas pela Infraestruturas de Portugal. Empresa diz que só cumpre a lei, mas realça que não tem havido cobrança por eventos como procissões
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Os autarcas da Área Metropolitana do Porto
(AMP) criticaram ontem as "taxas e taxinhas" que a Infraestruturas de
Portugal (IP) cobra nas estradas nacionais, defendendo a revisão da
legislação para travar esta "injustiça". A Infraestruturas de Portugal
(IP) esclareceu hoje que, em relação ao Estatuto das Estradas da Rede
Rodoviária Nacional, se limita a cumprir o disposto na legislação, em
vigor desde o ano passado.
O assunto
foi novamente levantado pelo presidente da Câmara da Póvoa de Varzim,
Aires Pereira (PSD), em reunião do Conselho Metropolitano do Porto
(CmP), que afirmou que "a taxação das estradas nacionais continua em
vigor" e há empresas que pagam 10 mil euros por um acesso, pelo facto de
estarem implantadas junto a uma estrada nacional.
Mas
também o autarca de Gondomar, Marco Martins (PS), chamou a atenção para
este problema, referindo que "mais de 20 procissões religiosas
alteraram este ano o seu percurso para não pagar" estas taxas.
"Só
para cruzar a estrada uma comissão de festas tem de pagar 200 euros
mais IVA e se percorrer a estrada nacional paga 500 euros", exemplificou
Marco Martins.
Segundo o presidente do
CmP, Hermínio Loureiro (PSD), "importa definitivamente resolver o
problema", que se trata de "uma injustiça".
Hermínio
Loureiro disse que a cobrança destas taxas, fixadas numa portaria dos
ministérios das Finanças e da Economia publicada a 14 de outubro de
2015, "foi aliviada" depois de o anterior governo ter sido chamado a
atenção, mas esse "alívio foi suspenso e a pressão continua a existir".
"Estamos
a falar de taxas e taxinhas que vão desde a realização daquela
procissão daquela festividade religiosa que todos gostam de ver, mas que
se utilizar ou cruzar uma estrada nacional tem uma taxa adicional com
alguma violência e de alguma dimensão, [mas que são] válidas para as
empresas também, quando querem, por exemplo, reparar o muro das suas
empresas", frisou o autarca.
Hermínio
Loureiro adiantou que a AMP tem já uma reunião agendada com o ministro
das Infraestruturas, Pedro Marques, a quem pretende chamar a atenção
para o problema, defendo a necessidade de "haver uma revisão".
"Estamos
a falar de uma injustiça e de um valor exorbitante que esta taxa
representa, mas sabemos que tem conforto legal. Importa alterar a
legislação para repor esta situação que nos aparece escandalosa",
sustentou.
O autarca lembrou que esta
medida "apanhou muita gente distraída" e que "sempre que é falada às
tutelas há sempre uma surpresa manifestada no momento da sua
apresentação".
"Tem de haver uma
revisão, naturalmente se passar a uma taxa zero ainda melhor. Nós vamos
também sensibilizar o Governo (...) numa atitude pedagógica e
preventiva, mas [o que se pretende é] que se encontrem soluções para
resolver estes problemas", disse.
Fonte
oficial da IP explicou à Lusa que as normas aplicadas pela empresa
pública decorrem do estatuto que entrou em vigor em julho do ano passado
e da tabela com as respetivas taxas, só publicada em outubro, data a
partir do qual a companhia passou a notificar os proprietários de
imóveis abrangidos pelo regulamento em causa.
A
mesma fonte sublinhou que a IP aplica o estatuto e que o que é
pretendido pelos autarcas não está nas competências da empresa fazer,
realçando a ideia de que não tem havido nenhuma fiscalização reforçada
nos últimos meses nem nenhuma cobrança por eventos como, por exemplo,
procissões.
A tabela prevê que
"instalações industriais, comerciais e de serviços" paguem 0,3 euros
"por cada metro quadrado de área coberta e descoberta, onde se
desenvolva a atividade, incluindo zonas de estacionamento, servidas pelo
acesso, e por ano", enquanto particulares pagam apenas o licenciamento
do acesso entre a sua propriedade e a estrada.
O
assunto tinha sido já levantado em reunião do CmP no início deste ano
pelo presidente da Câmara da Póvoa, que apresentou o caso de um munícipe
que quis rebocar o muro da sua casa, contígua a uma estrada nacional, e
teve de pagar 846,5 euros de taxas à IP.
Na
ocasião, Hermínio Loureiro considerou que esta portaria "apanhou muita
gente distraída" por ter sido publicada num período de transição entre
governos, mas que tinha de ser suspensa rapidamente.
A
portaria em causa -- 357/2015 -- estabelece um pagamento de dois euros
por ano por cada metro quadrado de área ocupada com obras de arte de uso
privativo, por exemplo.
"Através da
presente portaria determina-se que a administração rodoviária deve
proceder ao acompanhamento e avaliação do impacto global dos resultados
da aplicação da mesma, com vista à sua eventual alteração, devendo para
esse efeito ter em consideração os contributos dos diversos
beneficiários dos atos e serviços prestados pela administração
rodoviária", lê-se no documento publicado em Diário da República.
As
taxas são cobradas "pelos usos privativos do domínio público rodoviário
do Estado, bem como pelas autorizações previstas no Estatuto das
Estradas da Rede Rodoviária Nacional".
* A igreja católica pratica fuga ao fisco todos os dias do ano, a "massa" das missas não paga IRC e em todas as festas religiosas não se paga IVA, PORQUÊ???
Se esta colectividade religiosa pagasse IMI pelo património o imposto para o cidadão comum podia ser reduzido 50%.
Se esta colectividade religiosa pagasse IMI pelo património o imposto para o cidadão comum podia ser reduzido 50%.
Abençoados os que contribuem para esta burla legalizada.
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