HOJE NO
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Goldman Sachs.
O banco que manda no mundo
e o banqueiro que faz o trabalho de Deus
Considerado o maior banco de investimento do
mundo, é acusado de ser um dos responsáveis pela crise do subprime nos
EUA e pela crise das dívidas soberanas na Europa
O banco foi posto em causa pela venda, entre 2005 e 2007, de uma carteira de empréstimos financeiros para aquisição de habitação que provocaram perdas aos compradores e contribuíram para a crise do subprime.
Já no segundo semestre deste ano, o lucro do Goldman Sachs aumentou 74% para 1,82 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros), face a igual trimestre do ano anterior. A subida do resultado líquido entre abril e junho ficou a dever-se ao aumento das receitas de corretagem de ativos com retorno fixo e à queda dos custos judiciais, justificou o banco de investimentos norte-americano.
A provisão para fazer face a eventuais litígios judiciais, no montante de 1,45 mil milhões de dólares, deixou de ser contabilizada nas contas do segundo trimestre, uma vez que é considerada um encargo extraordinário.
Apesar das acusações de que é alvo, o CEO do grupo, Lloyd Blankfein, continua a defender o papel dos grandes bancos. “Somos muito importantes. Ajudamos as empresas a crescer, ajudando-as a obter capital. Estas empresas crescem e criam riqueza. Isto, por sua vez, permite que as pessoas tenham empregos, que criam mais crescimento e mais riqueza. Temos um propósito social”, disse, na mesma entrevista em que assumiu que os banqueiros apenas fazem o “trabalho de Deus”.
Crise europeia
O envolvimento foi explicado pelo próprio ex-secretário de Estado do Trabalho americano Robert Reich, num artigo da “Nation”: “Em 2001, a Grécia buscava maneiras de mascarar os seus crescentes problemas financeiros.
A ocultação de dívida com produtos financeiros complexos do Goldman continuou até 2009 e, quando se descobriu o buraco monumental nas contas gregas, os mercados entraram em queda livre.
Em 2010, o “New York Times” denunciava estas práticas com um artigo em que referia que este tipo de instrumentos financeiros desenvolvidos por bancos como o Goldman ou o JPMorgan permitiram a governos europeus (caso da Grécia, mas também de Itália) ocultar empréstimos adicionais que faziam. Estas mesmas práticas tinham levado à crise do subprime nos Estados Unidos.
Atualmente, este tipo de operações já não são permitidas, mas o Goldman Sachs continua a fazer uma boa parte dos seus negócios com os Estados e as respetivas dívidas. Só neste ano, o banco já comprou mais de mil milhões de euros em dívida pública portuguesa.
O presidente do BCE não escapou a esta polémica. Tal como muitos outros dirigentes europeus, Mario Draghi passou pelo Goldman Sachs e o envolvimento no caso de ocultação grega foi questionado no Parlamento Europeu. Draghi negou e nunca foram indicadas provas de que havia feito algo errado. “Não tive nada a ver com estes negócios, nem antes, nem depois”, disse quando questionado pelos eurodeputados.
“O Goldman Sachs e os outros bancos gigantes de Wall Street são extremamente hábeis para vender operações complexas, exagerando os seus lucros e minimizando os custos e riscos. É assim que abocanham taxas gigantescas. Quando um cliente tem problemas - seja ele um investidor americano, uma cidade dos EUA ou a Grécia -, o Goldman esquiva-se e esconde-se por trás de formalidades legais e dos interesses dos acionistas”, escreve Reich.
* O paraíso onde Durão Barroso poisou.
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