Os objetivos
de vida mudaram?
Desculpem mas não vou escrever sobre o
Benfica.
Estou numa fase da vida em que lamento a realidade de não nos unirmos da mesma forma na luta pelos nossos direitos como comemoramos a vitória de um clube de futebol.
Bem sei “é o ópio do povo”. Mas, queria-nos menos “drogados” e mais ativos [e de preferência mais ricos].
Estou numa fase da vida em que lamento a realidade de não nos unirmos da mesma forma na luta pelos nossos direitos como comemoramos a vitória de um clube de futebol.
Bem sei “é o ópio do povo”. Mas, queria-nos menos “drogados” e mais ativos [e de preferência mais ricos].
Num artigo que li afirmavam: “Os jovens
redefiniram o sucesso. Antes, dizia-se que alguém de sucesso era aquele
com casa própria e pelo menos um carro. Agora valoriza-se quem investe
seu dinheiro em experiências, viagens e aventuras.”
Não tenho dúvida que, em termos estatísticos, isto seja verdade, é a consequência natural dos factos. Mas é preciso perceber se falamos de viajar, ou de emigrar. E se sucesso continua a ser sinónimo de independência.
Antes do 25 de abril, por razões económicas e políticas, a emigração fazia parte da nossa realidade. A geração seguinte viu a estabilidade como um objetivo.
Perante a conjuntura económica, comprar casa e carro passou a ser possível. Ser proprietário de bens era, até há pouco tempo, apenas acessível aos mais ricos e passou a ser visto como sinónimo de sucesso para a classe média em Portugal. Mas ter casa e carro era, primeiro que tudo, sinónimo de independência e sinónimo de um salário.
A conjuntura económica alterou-se. Comprar casa tornou-se um mau negócio. Porque o crédito ficou mais caro, porque aprisiona a uma localização, mas, principalmente, porque a ideia de emprego para a vida já não existe.
E se não existe um salário certo para pagar uma renda certa, é pior que uma localização permanente. Se a procura de um novo emprego pode obrigar a mudar de cidade e de país, de que serve uma casa?
Quem são os jovens que viajam? São aqueles a quem sobra dinheiro depois das suas obrigações todas pagas? Ou são aqueles que ainda não têm as obrigações inerentes a quem vive fora de casa dos pais?
Ver as viagens e as novas experiências como uma visão de sucesso não significa que ter casa e carro — ou bens materiais — deixou de ser importante. Infelizmente, deixou de ser possível. Não somos menos materialistas, somos mais pobres.
.
Não tenho dúvida que, em termos estatísticos, isto seja verdade, é a consequência natural dos factos. Mas é preciso perceber se falamos de viajar, ou de emigrar. E se sucesso continua a ser sinónimo de independência.
Antes do 25 de abril, por razões económicas e políticas, a emigração fazia parte da nossa realidade. A geração seguinte viu a estabilidade como um objetivo.
Perante a conjuntura económica, comprar casa e carro passou a ser possível. Ser proprietário de bens era, até há pouco tempo, apenas acessível aos mais ricos e passou a ser visto como sinónimo de sucesso para a classe média em Portugal. Mas ter casa e carro era, primeiro que tudo, sinónimo de independência e sinónimo de um salário.
A conjuntura económica alterou-se. Comprar casa tornou-se um mau negócio. Porque o crédito ficou mais caro, porque aprisiona a uma localização, mas, principalmente, porque a ideia de emprego para a vida já não existe.
E se não existe um salário certo para pagar uma renda certa, é pior que uma localização permanente. Se a procura de um novo emprego pode obrigar a mudar de cidade e de país, de que serve uma casa?
Quem são os jovens que viajam? São aqueles a quem sobra dinheiro depois das suas obrigações todas pagas? Ou são aqueles que ainda não têm as obrigações inerentes a quem vive fora de casa dos pais?
Ver as viagens e as novas experiências como uma visão de sucesso não significa que ter casa e carro — ou bens materiais — deixou de ser importante. Infelizmente, deixou de ser possível. Não somos menos materialistas, somos mais pobres.
.
IN "DINHEIRO VIVO"
16/05/16
.
Sem comentários:
Enviar um comentário