HOJE NO
"OBSERVADOR"
Investigadores de Aveiro criam método
de eliminação de antibiótico pela luz
Nova técnica, de baixo custo, vem substituir um método caro e com consequências graves para a qualidade da água. Investigadores estimam redução de 90 por cento da concentração de antibiótico na água.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) descobriu
uma forma de eliminar o antibiótico oxitetraciclina com recurso à luz
solar, em vez da difusão de ozono na água, anunciou esta quarta-feira
fonte académica.
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A oxitetraciclina (OTC) é um dos antibióticos
utilizados na aquacultura para combater uma grande variedade de infeções
nos peixes e até agora a sua remoção era feita com recurso à difusão de
ozono nas águas, um método caro, pouco eficaz e gerador de compostos
perigosos para a saúde quando se trata de água salgada.
O método proposto agora pela Universidade de Aveiro para a
degradação da OTC é “simples e de baixo custo, com demonstrada
eficiência, principalmente em águas de aquacultura marinha”.
O
processo consiste na utilização da luz solar para fotodegradar o
antibiótico em água, através de um sistema ou tanque que possa ser
incluído no circuito de efluentes de tanques de aquacultura, com uma
profundidade reduzida para permitir a penetração da luz solar.
Os
investigadores de Aveiro estimam uma redução de 90 por cento da
concentração de OTC na água depois de 70 a 180 minutos de exposição à
luz solar.
A aplicação desta metodologia não está posta de parte
como solução para a degradação de outros antibióticos cujos resultados
deverão ser avaliados caso a caso.
“Esta é uma metodologia que
poderá ser aplicada a outro tipo de indústria, por exemplo, a estações
de tratamento de águas residuais, que são um dos principais focos de
acumulação de antibióticos e outros compostos”, anteveem os
investigadores.
Na fase experimental, o OTC foi adicionado, em
laboratório, às águas de aquacultura previamente recolhidas e as
soluções foram expostas à radiação solar por diferentes períodos de
tempo.
“Uma vez que a presença de partículas em suspensão afeta a
taxa de fotodegradação da OTC, a extensão do circuito proposto deve ser
ajustada em função da concentração de partículas em suspensão”, explicam
os investigadores.
A utilização de antibióticos na aquacultura
nacional tem vindo a decrescer nos últimos anos (o OTC é mesmo um dos
poucos antibióticos autorizados no país para uso em aquacultura), sendo
que os produtores optam cada vez mais por medidas de prevenção como a
vacinação.
O principal prejuízo decorrente do uso do antibiótico,
“tem a ver com o aumento da resistência bacteriana que a sua eventual
libertação no ambiente pode promover e para o evitar, os aquicultores
recorrem à remoção do antibiótico na água doce através da ozonização das
águas”, explicam os investigadores do Departamento de Química e do
Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA.
* Investigação portuguesa no topo.
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