09/04/2016

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HOJE NO 
"CORREIO DA MANHÃ"

Cabo esconde fortuna da droga
 a chefe da PJ 

Militar de Torres Vedras é peça-chave em todo o esquema.

O cabo-chefe José da Silva, da GNR, seria um testa de ferro de Ricardo Macedo, tratando de esconder a fortuna ilícita do inspetor-chefe da Judiciária, obtida num esquema de corrupção que passava por favorecer traficantes de droga. O militar fazia a ponte com as redes de tráfico, a quem levava as informações preciosas que Macedo lhe dava sobre a atuação, ou falta dela, da PJ – e pagava as despesas de luxo do homem que coordenava uma das principais secções de combate ao tráfico. 
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Em causa, uma vida que não era nada compatível com pouco mais de 2000 euros de ordenado líquido de um inspetor-chefe da PJ, apesar dos mais de 30 anos de serviço. E que passava por viagens de luxo para destinos como o Brasil, que eram pagas pelo amigo da GNR de Torres Vedras, por património e dinheiro no banco, tudo em nome do militar, que fazia o trabalho sujo de Macedo e ia funcionando como o tesoureiro. 

Era o militar quem passava diretamente aos traficantes as informações que ia recebendo do amigo Macedo – sobre a forma de as redes de tráfico fazerem circular a sua droga em Portugal sem serem incomodadas pela PJ –, recebendo em troca milhares de euros pelos serviços prestados. Depois distribuía dinheiro por Ricardo Macedo e Dias Santos – coordenador da PJ já reformado e que seria o cérebro do esquema de corrupção, pelas ligações a velhos traficantes desde os seus tempos de serviço. Mas, no caso de Macedo, por ainda estar no ativo e não poder apresentar sinais exteriores de riqueza em seu nome, era o cabo da GNR José da Silva quem lhe guardava o dinheiro pago por traficantes.

 Dias Santos, reformado e com mobilidade, menos exposto – mesmo sabendo que o seu nome era alvo de denúncias por corrupção há anos –, não se coibia de exibir sinais de riqueza. Tudo foi passado a pente fino pela Unidade de Combate à Corrupção e enquadrado, por exemplo, com escutas telefónicas. 

* Mais uma vez honra à  Polícia Judiciária que levou a cabo investigação interna durante 3 anos sem que os visados desconfiassem.

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