HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Terreno da antiga Feira Popular
será estaleiro de obras
O terreno da antiga Feira Popular de Lisboa vai ser utilizado durante
nove meses para acolher o estaleiro das obras de requalificação do
denominado eixo central da cidade (Picoas/Saldanha), projecto que o
CDS-PP contesta.
Durante a reunião camarária privada, o presidente do município,
Fernando Medina (PS), informou que este foi o local escolhido para o
estaleiro, o que deixa o PSD apreensivo.
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AV. FONTES PEREIRA DE MELO |
"É uma boa solução para colocar o estaleiro da obra, mas tem outra
leitura: a Câmara teve tanta pressa para tentar vender o terreno, mas
não o conseguiu fazer e, pelos vistos, não o prevê fazer a curto prazo",
disse à agência Lusa o social-democrata António Prôa no final do
encontro.
Fonte da Câmara de Lisboa garantiu à Lusa que "o facto de estar lá o
estaleiro não é impeditivo da alienação do terreno", que já esteve em
hasta pública duas vezes, por um valor base de 135,7 milhões de euros,
sem que aparecessem interessados que preenchessem os requisitos.
Porém, a explicação não convence António Prôa: "Mesmo que a Câmara
quisesse vender o terreno agora, isso significaria um ónus para o
comprador que seria forçado a aceitar lá o estaleiro."
Em dezembro passado, altura da última hasta pública, apareceram três
interessados a solicitar a prorrogação do prazo para apresentar
candidaturas, situação que a autarquia disse que iria avaliar.
O tema esteve hoje em discussão devido à aprovação – com o voto
contra do CDS-PP, a abstenção do PSD e votos favoráveis do PCP, PS e
Cidadãos por Lisboa (eleitos nas listas socialistas) – da adjudicação da
obra do eixo central.
Orçados em 7,5 milhões de euros, os trabalhos devem iniciar-se em
meados de Março e terminar no início de 2017, prevendo mais espaços
verdes, ciclovias e passeios mais largos nas avenidas da República e
Fontes Pereira de Melo, no âmbito do programa "Uma praça em cada
bairro".
Rejeitada pela maioria PS foi uma moção do vereador centrista, João
Gonçalves Pereira, para adiar esta adjudicação por ainda não terem sido
divulgados os lugares alternativos para residentes, que compensarão a
redução prevista, nem o planeamento da empreitada.
"A Câmara está preocupada com a propaganda, mas eu estou preocupado
com o impacto na vida das pessoas", salientou, à Lusa, Gonçalves
Pereira, explicando que "estava disponível" para alterar o seu sentido
de voto e não o fez por não ver melhorias no projecto.
Para o autarca, "o que querem fazer naquela zona é uma aberração,
[pois] os congestionamentos de trânsito vão ser mais que muitos".
AV. DA REPÚBLICA |
"Isto é um erro que vai custar muito ao erário público e aos lisboetas", em termos financeiros e de mobilidade, insistiu.
Já António Prôa falou nos impactos que a obra terá quando conjugada
com outras intervenções, como na frente ribeirinha (já em curso), em
Sete Rios e na Segunda Circular.
"Há um mau planeamento que podia ter sido evitado se se optasse por alargar e fasear as intervenções no tempo", assinalou.
Por seu turno, o vereador do PCP, Carlos Moura, referiu que "a requalificação é necessária e positiva para este eixo da cidade".
Em resposta escrita enviada à Lusa, a Câmara de Lisboa vincou que "o
projecto do eixo central tem estado a ser preparado pelos serviços da
Câmara com todo o cuidado, de modo a provocar o mínimo de perturbações".
Quanto ao estacionamento, a autarquia adiantou que a questão "está a
ser devidamente acautelada e a seu devido tempo será divulgada junto dos
interessados".
* Sempre fomos adeptos de melhoramentos citadinos mas estamos de pé atrás, como é que um eixo importante de Lisboa "atabafado" de cimento armado vai ter ciclovias, espaços verdes, etc., não é folclore a mais?
A CML ainda não resolveu o problema de estacionamento para os moradores nas av. dos EUA e de Roma.
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