HOJE NO
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Regionais francesas
Franceses uniram-se para derrotar Le Pen.
Eleições sem vencedores
Frente republicana impede extrema-direita de conquistar qualquer vitória. Sarkozy ganhou mais duas regiões do que François Hollande.
Os franceses mobilizaram-se para evitar a “guerra civil” anunciada
pelo primeiro-ministro em cenário de nova vitória da Frente Nacional
(FN). Numa votação com participação superior à da semana passada
garantiu-se que a extrema-direita não ficará a cargo de qualquer governo
regional, mas a noite acabou sem festas nas sedes de socialistas e
republicanos e com Le Pen a prometer que “nada irá parar” a FN.
.
Os dois partidos tradicionais da política francesa continuarão a
dividir entre si a administração de todas as regiões do território
continental do país. Os socialistas dominam a faixa litoral, com
excepção de Pays de La Loire, e os republicanos no interior, também com a
exclusão da ‘ilha’ socialista de Bourgogne Franche-Comté. Na Normandia e
em Paris, a luta renhida entre as duas forças impediu as projecções de
anunciar um vencedor, mas a candidata republicana na região da capital
cantou vitória no Twitter pouco depois das 21h. Também cerca de duas
horas após o fecho das urnas, foi confirmada a vitória do
centro-direita na região noroeste.
“Hoje não há lugar a triunfalismos”, disse pouco depois do fecho das
urnas o primeiro-ministro Manuel Valls. “O perigo da extrema-direita não
acabou, longe disso”, sublinhou o socialista em jeito de alerta. Ao
mesmo tempo, o líder dos Republicanos, Nicolas Sarkozy, prestava
“homenagem” à grande mobilização dos eleitores – às 12h situava-se nos
50%, mais 7% em relação à mesma ronda – e dizia-se “orgulhoso” dos
resultados. Mas também lembrava ser “hora de debater as questões
fundamentais que angustiam os franceses”, citando de seguida algumas das
principais bandeiras eleitorais da FN – “insegurança, frustração com a
unidade europeia, desemprego”.
A contenção entre os vencedores tinha razão de ser. No discurso em
que assumiu a derrota em Nord-Pas-De-Calais Picardie, Le Pen celebrou a
“total erradicação da esquerda”. Referia-se ao facto do PS controlar até
esta votação todas as regiões do país, excepto uma. Na direita
republicana, a frustração explica-se porque Sarkozy partiu para estas
eleições com a expectativa de capitalizar a impopularidade de Presidente
e Governo, obtendo uma vitória idêntica à dos socialistas em 2010. O
7-5 de ontem não dá direito a euforias.
A união republicana ficou exposta na decisão do PS em retirar o seu
candidato em duas regiões para declarar o apoio ao candidato
republicano. Na verdade, o inédito apelo de um PM socialista ao voto no
centro-direita foi feito para três regiões, apesar de Jean-Pierre
Masseret, o candidato socialista na Alsácia, ter rejeitado retirar-se da
corrida. Não abandonou mas foi abandonado pelos eleitores, pois apesar
da passagem de nove para três candidatos, Masseret conseguiu perder
votos e percentagem, tendo o seu rival republicano conseguido vencer o
candidato da FN, o mais votado na semana passada.
* Oh Marie, pour les français tu viens de petite voiture.
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