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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
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Contas das eleições da Madeira de 2011
. julgadas com irregularidades
. julgadas com irregularidades
Um acórdão do Tribunal Constitucional hoje divulgado
julgou prestadas as contas da campanha das legislativas da Madeira de
2011, com irregularidades e ilegalidades em quase todos os partidos,
destacando-se contribuições partidárias não refletidas nas contas.
.
Das nove forças concorrentes às eleições que se realizaram a 9 de
Outubro de 2011, só o Partido Trabalhista Português não apresentou
contas, alegando falta de recursos, o que constitui uma violação da lei
do financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais.
O Movimento do Partido da Terra foi por outro lado o único com as
contas da campanha aprovadas sem quaisquer irregularidades ou
ilegalidades.
Entre as irregularidades verificadas, as "contribuições dos partidos
não reflectidas nas contas ou realizadas após as eleições" é uma
ilegalidade comum às contas do PS, CDU, PSD e BE, segundo o acórdão
537/2015, hoje publicado no 'site' do TC.
Nas contas do PSD, o Tribunal Constitucional considerou que o partido
violou o dever de organização contabilística, referindo-se a uma
contribuição do partido à campanha de 1.658.222,81 euros não totalmente
reflectidos nas contas.
O PSD justificou que se tratou de um subsídio global constituído por
1.265.465 euros "em espécie" e um cheque e transferências de 392 mil
euros e alegou que parte da contribuição "em espécie" foi usada para
pagar dívida a fornecedores.
No entanto, para o TC, "a referência de que o PSD realizou duas
"contribuições em espécie", que se traduziram em "brindes" e "pagamentos
a fornecedores", é surpreendente", já que se se trata de dívida deveria
ter sido traduzida nas contas, o que não sucedeu (excepto quanto aos
'brindes').
"Perante a ausência de outros elementos explicativos - e sendo certo
que a resposta do PPD/PSD lança mais confusão do que esclarece -,
importa concluir, no mínimo, pela violação do dever genérico de
organização contabilística", refere o acórdão.
Nas contas do BE, o TC detectou ainda pagamentos em numerário
superior a um salário mínimo nacional, no total de 709 euros,
justificado pelo Bloco de Esquerda por não estar disponível no momento
outro meio de pagamento.
No CDS-PP, o TC concluiu pela impossibilidade de aferir a
razoabilidade de algumas despesas, por falta de elementos que o partido
está legalmente obrigado a entregar à Entidade das Contas e
Financiamentos Políticos. No acórdão, o TC refere, por exemplo, que o
orçamento apresentado por uma carpintaria no valor de 9 mil euros,
"diverge do valor facturado", de 12.350 euros + IVA, "não se conhecendo
as razões desta divergência".
O PS também apresenta contribuições do partido à campanha que não
foram reflectidas nas contas. O PS tinha declarado um valor de 240 mil
euros a título de contribuição mas o TC verificou nas transferências
bancárias uma diferença de cerca de mil euros, justificado pelo PS como
um adiantamento até que fosse recebida a totalidade da subvenção.
Nas contas da CDU, verifica-se que o montante declarado como
contribuição partidária (PCP e PEV) "não corresponde ao total das
contribuições efectuadas pelos partidos à campanha, mas sim ao valor
líquido entre o montante das transferências efectivamente realizadas e o
montante devolvido aos partidos no final da campanha até ao
encerramento da conta bancária -- resultando numa subavaliação das
receitas e do resultado da campanha, no montante de 31.896,10 euro".
O Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN) foi, tal como o PND, um
dos partidos com mais irregularidades: não reflectiu a subvenção
estatal nas contas da campanha, no montante de cerca de 7 mil euros,
encerrou a conta bancária só depois do encerramento das contas da
campanha e não disponibilizou ao TC todos os extratos bancários e uma
subavaliação de receitas.
O acórdão afirma que "resulta clara a subavaliação dos donativos em
espécie e das receitas de campanha, no montante de 898,00 euro, estando,
por isso, distorcida a Conta de Receitas e Despesas apresentada pelo
Partido".
O acórdão foi remetido ao Ministério Público que promoverá a eventual
aplicação de sanções pelas irregularidades e ilegalidades registadas
nas contas da campanha.
* Bonito serviço, os partidos que nos governaram até hoje e os que nos querem governar a partir de amanhã ou em Novembro apresentaram contas aldrabadas ao TC, safou-se um. Que belo exemplo.
Foram precisos 4 anos para detectar estas "irregularidades".
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