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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Violência no protesto dos taxistas
contra a Uber
Cerca
de três mil táxis dirigiam-se cerca das 12 horas em marcha lenta para o
Ministério da Economia, em Lisboa, para protestar contra o transporte
de passageiros pela empresa que utiliza a aplicação Uber.
Depois de terem partido do Parque
das Nações, em Lisboa, os taxistas passaram pelo aeroporto, tendo-se
juntado "à marcha" mais profissionais do setor. A organização do
protesto - a cargo da Associação Nacional dos Transportadores
Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) - aponta para mais de 3 mil táxis envolvidos na marcha na capital.
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Depois
do aeroporto, aqueles profissionais passaram junto ao Instituto da
Mobilidade e dos Transportes (IMT), onde foram registados alguns momentos de tensão e agressões entre taxistas que aderiram ao protesto e os que estão a trabalhar.
Na zona do IMT, um fotógrafo foi agredido e travado por alguns taxistas depois deste ter fotografado um motorista que não estava no protesto e se encontrava em serviço, a ser atingido por um ovo.
O
motorista atingido saiu do carro e foi tirar satisfações dos colegas,
envolvendo-se em confrontos físicos. Quando o repórter fotográfico se
aproximou para fazer o seu trabalho foi agredido com dois murros.
A
organização pediu de imediato desculpas pelo sucedido, com a maioria
dos taxistas a afirmar ser contra qualquer tipo de violência.
A
caravana esteve perto de uma hora parada no aeroporto de Lisboa, para
que os táxis que esperavam na zona das partidas e chegadas se juntassem.
João
Ferreira, taxista há mais de 22 anos, disse à agência Lusa "nunca ter
visto um protesto assim", mostrando-se orgulhoso na solidariedade que o
setor mostrou em torno de uma causa.
Apesar de participar no
protesto, João Ferreira não esquece a "mossa" que o mesmo deve ter feito
a quem está a trabalhar. "Concordo que temos de demonstrar o nosso
descontentamento, mas quem quer ir para o trabalho não tem culpa e está a
levar com isto tudo", lamentou.
Por ano, João Ferreira gasta no
táxi cerca de cinco mil euros, entre seguros e manutenções. "Se houver
algum azar, uma batida com culpa, por exemplo, lá se vai o orçamento.
Por isso é que não posso fazer os preços da Uber" explicou à Lusa.
Os taxistas reclamam que a Uber "está a operar ilegalmente" e essa é uma das principais razões pela qual João Ferreira aderiu ao protesto juntamente com centenas de colegas.
"Eles
(Uber) fazem concorrência desleal. Se tivermos todos as mesmas regras
não há problema. Agora, nós, taxistas, temos mais obrigações que eles",
frisou.
A caravana chegou a estar parada cerca de um quarto de
hora na Avenida Gago Coutinho, em Lisboa, para seguir para o IMT, com a
cabeça da caravana a estar no cruzamento das Estados Unidos da América e
o final da coluna para lá da Rotunda do Relógio.
Centenas protestaram no Porto
Cerca
de 800 taxistas participaram no Porto na marcha lenta que partiu às
9.30 horas do Castelo do Queijo, passou na Baixa, na VCI e no aeroporto e
que, quatro horas volvidas, se dirigia para o ponto de partida.
Neste
protesto contra o transporte de passageiros por condutores ligados à
aplicação eletrónica Uber, os condutores dos táxis oriundos de toda a
Área Metropolitana do Porto e de algumas cidades do Norte e Centro
fizeram todo o percurso sem provocar grandes incidentes, sendo
acompanhados por forte dispositivo policial.
O único caso ocorreu na Via de Cintura Interna, sentido Porto/Arrábida, quando dois taxistas atiraram pedras à viatura de um colega que circulava em sentido contrário, presumindo-se que fosse por não ter aderido ao protesto.
Na
zona do aeroporto, antes da chegada dos participantes no protesto,
viam-se alguns taxistas a trabalhar com normalidade, escoando os
passageiros que iam chegando, mas durante a passagem dos manifestantes,
não ocorreu qualquer incidente, apesar de um grupo ter parado e saído
dos veículos contrariando as ordens das autoridades policiais.
Durante
todo o percurso, os motoristas de táxis não pararam de buzinar,
exibindo também cartazes com frases que alertavam para a ilegalidade da
atividade dos Uber e convidando-os a sair de Portugal.
Segundo
explicou à Lusa José Monteiro, vice-presidente da ANTRAL, o objetivo da
manifestação foi "alertar o Governo e a sociedade para o incumprimento
das decisões dos tribunais" no que se refere a atuação da empresa Uber
no nosso país.
"Eles prestam um serviço ilegal e nada lhes é
exigido, enquanto nos é-nos exigido tudo. É por isso que aqui estamos
para fazer sentir que as coisas não estão bem", reiterou José Augusto,
um outro motorista de táxi.
Manifestação mais reduzida em Faro
Mais
de centena e meia de taxistas participaram, em Faro, na marcha lenta
que partiu do Parque das Cidades, junto ao estádio Algarve, cerca das 9
horas, e durante aproximadamente duas horas percorreu algumas das
principais artérias de Faro, passando também pelo aeroporto local,
terminando no Largo de São Francisco, na baixa da cidade algarvia.
António
Pinto, delegado da ANTRAL em Faro, disse que o protesto de foi
"bastante positivo" e que "não esperava tanta adesão" para defender os
interesses dos taxistas a nível nacional, mas também no Algarve, região
onde disse haver "muitas Uber".
"No Algarve, infelizmente temos
bastantes Uber, embora não tenham esse nome", afirmou, numa referência
às empresas que fazem transferes entre hotéis, campos de golfe e o
próprio aeroporto, sem, alegadamente, terem licenciamento para o efeito.
Vital
Campos, taxista que trabalha em Loulé, disse que "qualquer pessoa que
tem um carro particular pode fazer estes transportes" de passageiros e
"está a prejudicar quem está legal na atividade".
"Um indivíduo
compra uma carrinha e começa a laborar no dia seguinte, enquanto nós
temos de tirar licenças", acrescentou, sublinhando que estas carrinhas
de transferes fazem concorrência desleal e deixam os taxistas numa
situação "cada vez mais complicada".
* Não temos dúvidas que a concorrência da UBER é desleal e camuflada. Táxistas à "porrada" uns com os outros, agressões a jornalista compromte a manifestação, deste modo fica a imagem do "taxista arruaceiro".
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