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Senso d'hoje
Senso d'hoje
PEDRO PASSOS COELHO
PRIMEIRO-MINISTRO
Responde a três perguntas sobre a crise migratória na Europa,formuladas pela equipa de redacção do "DIÁRIO ECONÓMICO":
PRIMEIRO-MINISTRO
Responde a três perguntas sobre a crise migratória na Europa,formuladas pela equipa de redacção do "DIÁRIO ECONÓMICO":
1- Portugal devia fazer um maior esforço no acolhimento de migrantes nesta crise migratória?
2- A resposta a este êxodo deve ser europeia ou
nacional? Quais as medidas que Portugal deve propor para a existência de
uma resposta europeia?
3- A pressão migratória pode pôr em risco o espaço Schengen na Europa?
1-O aumento do número de pessoas que reclamam proteção junto dos países
europeus é essencialmente resultado do agravamento dos conflitos em
vários países, alguns dos quais geograficamente próximos da União
Europeia, como sucede com a Líbia e a Síria. As propostas de
reinstalação e recolocação recentemente acordadas permitirão aos
Estados-membros oferecer, no curto-prazo, proteção a mais de 50 mil
pessoas, ajudando igualmente os países europeus e vizinhos mais
pressionados. Neste contexto, Portugal apoiará 1500 pessoas - um aumento
muito significativo em relação aos números anuais de refugiados que têm
procurado proteção no nosso país.
2-O primeiro e mais imediato objetivo é combater a ocorrência de novas
tragédias humanitárias e reforçar a solidariedade europeia no apoio aos
refugiados. Nessa linha se insere a intensificação das operações da
FRONTEX no Mediterrâneo (em que Portugal tem participado ativamente) e
que tem permitido salvar inúmeras vidas humanas. Um segundo objetivo tem
que ver com a modernização das políticas nacionais e europeias em
matéria de proteção internacional, bem como pela sua evolução no sentido
de uma verdadeira política comum nesta matéria.
3-O problema não está na Europa mas na origem desses fluxos migratórios
e não haverá uma resposta suficiente se não formos capazes de
contribuir mais ativamente (seja ao nível da União Europeia, seja no
plano global da comunidade internacional) para a resolução dos conflitos
que causam os movimentos de refugiados. Isso exigirá uma política
externa mais ativa nas suas múltiplas dimensões e a capacidade de
trabalhar em conjunto para devolver a estabilidade aos países em
conflito.
O líder delegou as respostas no presidente do grupo parlamentar Luís Montenegro.
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