18/08/2015

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  Senso d'hoje
CÉLIA PALMA
MÉDICA VETERINÁRIA
VOLUNTÁRIA NA LIGA
PORTUGUESA DOS DIREITOS
DO ANIMAL 
SOBRE SI

Eu sempre gostei mesmo muito de animais. Era daquelas crianças que imploram para ter cão e gato. E quando o meu segundo gato, o Tareco, entrou um dia em casa a salivar e cheio de convulsões graves, envenenado por uma vizinha que queria acabar com os ratos no jardim e deixou lá um naco de carne, decidi que seria veterinária para salvar outros animais de terem uma morte dolorosa e prolongada como aquela, em que me senti completamente impotente. Claro que os animais continuam a morrer, infelizmente. A vida é mesmo assim.

Uma parte muito grande do nosso trabalho passa por sermos psicólogos, sem dúvida. Atualmente o curso já prevê a comunicação entre pessoas, mas no meu tempo era uma vertente que falhava: não nos preparavam para lidarmos com os donos, que muitas vezes vêm ter connosco assustados, nervosos, desconfiados das nossas intervenções ou mesmo convencidos de que sabem mais do que nós. Quando quis ser veterinária, achava que ia tratar de animais e ponto final. Nunca pensei na parte humana envolvida, muito menos que seria essa a mais difícil de todas. A verdade é que as pessoas são complicadas. Não há duas iguais, os relacionamentos são surpreendentes e nem sempre fáceis… Tive de aprender a relevar muita coisa com a experiência, mas acho que me desenrasco bem.

* Excertos de entrevista ao "NOTÍCIAS MAGAZINE"

** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro.


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