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"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
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Sócrates não confiava nos modos
normais de circulação de fundos"
Sócrates
não confiava nos bancos. É o argumento dos advogados de defesa para
justificar que recorresse ao motorista e ao advogado para movimentar
dinheiro, em envelopes - 23 milhões, diz o MP.
"José
Sócrates foi investigado durante dez ou mais anos e como
ex--primeiro-ministro estava exposto à curiosidade. Por isso, não
gostava e não confiava nos modos normais de circulação de fundos." Foi
esta a explicação dada ontem por Pedro Delille, um dos advogados do
ex-primeiro-ministro, para o facto de Carlos Santos Silva ter
"emprestado", segundo a defesa, tanto dinheiro a Sócrates e as entregas
terem sido feitas em envelopes pelo motorista João Perna e pelo advogado
Gonçalo Trindade Ferreira (ambos arguidos no caso) e não por
transferência bancária ou cheque, já que se tratava de empréstimos
normais entre dois amigos.
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Foi durante uma conferência de
imprensa, ontem, que a defesa de José Sócrates voltou a insistir na tese
dos empréstimos pessoais entre o empresário Carlos Santos Silva e o
ex-primeiro-ministro (ambos em prisão preventiva, suspeitos de fraude
fiscal, corrupção e branqueamento de capitais), dizendo que o dinheiro
que circulou do primeiro para o segundo nada tem que ver com os crimes
que lhes são imputados, mas sim com empréstimos pessoais, os quais,
segundo os advogados, José Sócrates até queria pagar. O Ministério
Público suspeita que Santos Silva será o testa-de-ferro de um património
de 23 milhões de euros pertencente ao ex-governante.
* Lucky Luke era mais rápido que a própria sombra, Socrates desconfia da própria sombra.
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