ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
"SÁBADO"
Mulheres ganham batalha
contra segregação
A cidade israelita de Beit Shemesh está a viver um momento histórico,
depois de um juiz ter dado razão, pela primeira vez, a quatro mulheres
que se queixaram contra cartazes que apelavam às mulheres para se vestir
de forma "modesta" em público e lhes vedavam o acesso a edifícios e até
passeios.
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O tribunal não só decidiu que o facto de a Câmara não retirar os
cartazes era uma violação dos direitos civis das mulheres, como ainda
obrigou o município a pagar uma indemnização equivalente 3.360 euros a
cada queixosa, por lhes ter provocado "angústia mental".
E afinal o que é que dizem os polémicos cartazes ou sinais. Uns
determinam que as mulheres não podem passar num lado do passeio (como,
por exemplo, próximo de uma sinagoga), outros avisam que "é proibido andar nas nossas ruas com roupas imodestas, o que inclui roupa indecente usada num estilo religioso".
De acordo com o juiz, os cartazes são "ofensivos, degradantes e
discriminatórios". Já há dois anos, o procurador-geral os tinha
declarado ilegais por promoverem a segregação, mas, mesmo assim, a
câmara pouco fez para retirá-los.
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A razão apontada pela autarquia para não remover os cartazes é que
isso podia gerar violência, mas que ainda assim tinham-no feito várias
vezes e em poucos minutos voltavam a ser colocados.
Beit Shemesh, cidade bíblica a cerca de 30 quilómetros a oeste de
Jerusalém, tem uma forte comunidade de judeus ultra-ortodoxos, o
próprio presidente da câmara também o é. Após o processo, as quatro
mulheres sofreram ameaças e insultos de residentes ultra-ortodoxos que
chegaram a cuspir-lhes para cima.
Esta não é a única cidade onde os ultra-ortodoxos tentam impor as suas
regras. Em certas zonas de Jerusalém podem ver-se cartazes a exigir que
as mulheres usem roupas largas e alguns chegam ao detalhe de indicar o
comprimento das mangas e dos decotes, considerados decentes.
Ainda na Cidade Santa, um ultra-ortodoxo, apoiante da chamada
campanha da modéstia, pagou para ver circular em vários autocarros um
anúncio que dizia: "roupa curta = vida mais curta".
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A guerra contra a segregação por género parece estar para durar
em Israel. Motivado pela vitória, Orly Erez-Likhovsky, o advogado do
Centro de Acção Religiosa de Israel que representou as quatro mulheres,
promete voltar a tribunal se a sentença não for cumprida.
* O que é que une os judeus radicais a muçulmanos radicais? A imbecilidade xenófoba!
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