01/02/2015

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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"

Mulheres ganham batalha
 contra segregação

A cidade israelita de Beit Shemesh está a viver um momento histórico, depois de um juiz ter dado razão, pela primeira vez, a quatro mulheres que se queixaram contra cartazes que apelavam às mulheres para se vestir de forma "modesta" em público e lhes vedavam o acesso a edifícios e até passeios. 
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O tribunal não só decidiu que o facto de a Câmara não retirar os cartazes era uma violação dos direitos civis das mulheres, como ainda obrigou o município a pagar uma indemnização equivalente 3.360 euros a cada queixosa, por lhes ter provocado "angústia mental".

E afinal o que é que dizem os polémicos cartazes ou sinais. Uns determinam que as mulheres não podem passar num lado do passeio (como, por exemplo, próximo de uma sinagoga), outros avisam que "é proibido andar nas nossas ruas com roupas imodestas, o que inclui roupa indecente usada num estilo religioso".

De acordo com o juiz, os cartazes são "ofensivos, degradantes e discriminatórios". Já há dois anos, o procurador-geral os tinha declarado ilegais por promoverem a segregação, mas, mesmo assim, a câmara pouco fez para retirá-los.
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A razão apontada pela autarquia para não remover os cartazes é que isso podia gerar violência, mas que ainda assim tinham-no feito várias vezes e em poucos minutos voltavam a ser colocados.

Beit Shemesh, cidade bíblica a cerca de 30 quilómetros a oeste de Jerusalém, tem uma forte comunidade de judeus ultra-ortodoxos, o próprio presidente da câmara também o é. Após o processo, as quatro mulheres sofreram ameaças e insultos de residentes ultra-ortodoxos que chegaram a cuspir-lhes para cima.

Esta não é a única cidade onde os ultra-ortodoxos tentam impor as suas regras. Em certas zonas de Jerusalém podem ver-se cartazes a exigir que as mulheres usem roupas largas e alguns chegam ao detalhe de indicar o comprimento das mangas e dos decotes, considerados decentes.

Ainda na Cidade Santa, um ultra-ortodoxo, apoiante da chamada campanha da modéstia, pagou para ver circular em vários autocarros um anúncio que dizia: "roupa curta = vida mais curta". 
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A guerra contra a segregação por género parece estar para durar em Israel. Motivado pela vitória, Orly Erez-Likhovsky, o advogado do Centro de Acção Religiosa de Israel que representou as quatro mulheres, promete voltar a tribunal se a sentença não for cumprida.

* O que é que une os judeus radicais a muçulmanos radicais? A imbecilidade xenófoba!


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