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"DIÁRIO ECONÓMICO"
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Syriza quer impor perdas de até
143 mil milhões de euros à Europa
A reestruturação de dívida defendida pelo Syriza implica perdas avultadas para os governos europeus.
As sondagens continuam a dar a vitória ao Syriza nas
eleições legislativas que vão ter lugar na Grécia a 25 de Janeiro. O
partido da esquerda radical, liderado por Alexis Tsipras, quer rasgar o
memorando de entendimento com a troika e acabar com a austeridade,
defendendo um perdão de 50% da dívida, semelhante ao que foi concedido à
Alemanha em 1953.
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Ora, a dívida grega vale hoje quase 317 mil milhões de euros. E cerca
de 90% desse valor está nas mãos dos países europeus, já que, depois
das perdas sofridas com o ‘haircut' de 2012, a grande maioria dos
investidores privados se desfez dos títulos helénicos. O plano do Syriza
envolve, assim, o perdão de cerca de 158,5 mil milhões de euros,
implicando perdas para os governos europeus que podem ir de entre 127 a
143 mil milhões de euros.
O cenário mais favorável assume que os países europeus são credores
preferenciais e, por isso, os últimos a sofrer perdas. Por isso, a
reestruturação iria recair primeiro sobre os 10% que não estão nas mãos
dos governos. Mesmo assim, as perdas que cairiam nos bolsos dos
contribuintes europeus seriam na ordem dos 127 mil milhões de euros. O
cenário mais negativo assume que todo o perdão de dívida iria recair
sobre a Europa.
As perdas avultadas a que os governos seriam sujeitos são um dos
maiores obstáculos a que países que, como a Alemanha, aceitem sentar-se
com Atenas a negociar uma reestruturação. E representam também um dos
motivos pelos quais Berlim faz campanha a todo o custo contra o Syriza,
voltando a invocar o fantasma da saída do euro.
Em 2011, Berlim chegou a
sugerir a Atenas o cenário de saída do euro, mas nos bastidores. Agora
já o faz em público, porque, como diz Michael Fuchs, líder parlamentar
da CDU de Angela Merkel, a Grécia "já não é sistemicamente relevante
para o euro" - uma ideia que, além de duvidosa, é exemplo da forma como
os alemães têm olhado desde o início para o futuro da economia grega.
* Tiramos o chapéu a Alexis Tsipras se ele conseguir reduzir a dívida grega para metade.
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