22/12/2014

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HOJE NO
 "DIÁRIO ECONÓMICO"
Sapatos sexy e tecidos 
que resistem ao fogo

A indústria do têxtil e calçado apostou no design e tecnologia para vencer a concorrência da China e da Índia. Hoje as empresas portuguesas estão a desenvolver tecidos inteligentes que resistem ao fogo e lavam-se sozinhos e sapatos que são considerados os mais sexy da UE.

A empresa que abastece a Dior e a Zara Home
A empresa tece roupa de bebé para as colecções da Dior, Ralph Lauren e Kenzo que vestem muitos filhos de famosos em todo o mundo. Fundada em 1980 a A.ferreira&filhos (AFF) também produz as célebres mantas suaves vendida na Zara Home e muitos dos produtos de têxtil - Lar no exigente catálogo "The White Company". 
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Com 4 milhões de "turnover" exportam 97% da sua produção. Reino Unido, Austrália, japão são os principais mercados. Apenas 6% das vendas seguem para os EUA, país para onde gostavam de vender mais. "O grande obstáculo em exportar para o mercado norte-americano "são as tarifas e a burocracia", diz Noel Ferreira, um dos três irmãos que dirige a fábrica . "É muito diferente quando há que pagar 15% de tarifas para entrar no mercado dos EUA", acrescenta. . 

Eliminar as tarifas para os produtos portuguesas, resultaria em "mais vendas o que significaria mais empregos". As empresas sentem que o mercado norte-americano já reconhece a qualidade dos produtos "made in Portugal". Por isso "o mercado dos EUA" agora é a nossa prioridade".

O design dos padrões da roupa de cama é feita por Cláudia Garrido. Uma designer de moda formada na ESADE que tem também uma colecção para homem que já desfilou
na London Fashion Week

A indústria mais sexy da UE quer voar para os EUA
A Fly London é uma das marcas portuguesas que contribuiu para afirmar o calçado português como "a indústria mais sexy da Europa". Fortunato Frederico que começou a trabalhar com 12 anos numa fábrica de sapatos em Guimarães lidera hoje uma marca que gera 55 milhões de euros por ano, emprega 600 pessoas e exportas 85% da sua produção. 

Demorou cinco anos a entrar no mercado norte-americano, mas hoje já tem vendedores nos 53 estados dos EUA. O mercado norte-americano já representa 10 milhões de vendas anuais da Fly London. Acaba de inaugurar uma loja própria em Nova Iorque e, em breve, vai abrir mais duas. Portugal já vende os 2º produtos mais caros do mundo na indústria do calçado. 
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Este é o resultado de uma estratégia de aposta na qualidade e não no baixo preço, que se revelou a opção certa. Porque é impossível competir com a China no factor preço. Um sapato chinês custa, em média, três euros à saída da fábrica, e o português 25 euros.

Com cerca de 1100 empresas que exportam 98% da sua produção em 153 países dos cinco continentes, o calçado português quer agora ganhar a corrida no mercado norte-americano.

Se o acordo de comérico livre foir assinado as exportações de sapatos pode crescer 540% nos anos seguintes.

Fatos que protejam a vida dos bombeiros
Desenvolver tecidos inteligentes que protejam do fogo e enviem informação sobre os sinais vitais dos bombeiros que combatem incêndios é o principal objectivo da parceria entre a Microsoft, o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (Citeve) e o Centro de Nanotecnologia e Materiais Inteligentes (CeNTI). 

O Centi deverá desenvolver as fibras necessárias para resistir ao fogo e ter sensores biométricos que detectem as informações sobre o estado do bombeiro. A Microsoft vai trabalhar no software que processa essa informação, analisando os dados na nuvem e transmitindo-as para os serviços médicos, quando os sinais vitais estiverem em risco, explicou Pedro Duarte, responsável pelas relações institucionais da Microsoft Portugal durante a cerimónia."Níveis de dióxido de carbono, temperatura do corpo" são alguns dos indicadores que poderão ser medidos por este tecido inteligente explica Ana Ribeiro, responsável pelo desenvolvimento de Negócios do CeNTI.

Tecidos com fibras que se limpam sozinhos quando são expostos ao sol, tecidos de bancos de automóveis que aquecem e fatos que registem a temperaturas de 63 graus negativos são algumas das tecnologias que estão a ser desenvolvidas pelo Cinte e Citeve.

* Inteligência portuguesa!


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