HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
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Ministérios escondem culpados
Apesar de já saberem que
a bactéria legionella encontrada nos 316 contaminados (a maioria
homens) é igual à detetada nas torres de refrigeração das fábricas da
Póvoa de Santa Iria, em Vila Franca de Xira, os ministérios da Saúde e
do Ambiente não revelam quem são os responsáveis pelo surto da doença do
legionário.
Escudam-se na necessidade de novas análises e no segredo de
justiça, face ao inquérito que decorre no Ministério Público.
"Não nos vamos precipitar a encontrar um culpado. É preciso ter a
certeza de que não há outras fontes de contaminação e aguardar pelos
resultados laboratoriais e continuar com a vigilância epidemiológica",
afirmou o ministro da Saúde, Paulo Macedo, garantindo total segurança
para as populações da Póvoa de Santa Iria, Vialonga e Forte da Casa:
"Não há qualquer problema de sair à rua, de estar no exterior, não há
qualquer necessidade de utilizar máscara."
Ao fim de uma semana de investigação por parte da ‘task force’
presidida por Paulo Macedo, os resultados apresentados ontem são ainda
preliminares. Isto apesar de já terem estabelecido uma relação entre as
bactérias das torres de refrigeração e as existentes nos contaminados,
conforme confirmou o diretor-geral da Saúde, Francisco George.
"Foram feitas análises às três grandes empresas da região [Adubos de
Portugal, Solvay e Centralcer]. Só uma delas tem 12 torres de
refrigeração", afirmou Paulo Macedo, sem revelar em qual está o foco de
contaminação: "Numa das torres, há forte indicação de que pode ser a
fonte. Passados os testes laboratoriais adicionais, temos uma
probabilidade ainda maior. Nos próximos dias teremos a fonte da
contaminação", afirmou o ministro.
Moreira da Silva, ministro do Ambiente, garantiu ainda que "tudo foi
feito" para que "desta vez a culpa não morra sozinha". "Temos essa
expectativa."
* São raras as vezes em Portugal que a culpa não morre solteira.
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