Mulheres indianas morrem devido a
. medicamentos contaminados
. medicamentos contaminados
Já morreram 15 mulheres indianas depois de terem sido submetidas a
uma cirurgia nos campos de esterilização do país. Aparentemente as
mortes terão sido causadas pelo medicamento dado às mulheres depois da
operação, noticia
o Guardian. O antibiótico contém um composto químico usado nos venenos
para ratos. Esta situação coloca em causa o programa de esterilização,
mas também a falta de regulamentação do setor farmacêutico no país.
Foram as fortes dores no estômago e os vómitos que levaram Shiv Kumari Yadav, uma mulher de 27 anos que se submeteu a uma cirurgia de esterilização, a uma clínica perto da aldeia onde mora. Os comprimidos que lhe deram na clínica depois da operação parecem ser os responsáveis pela indisposição desta indiana, pela hospitalização de dezenas de pessoas e pela morte de pelo menos 15 mulheres. Embora nem todas as pessoas envenenadas com fosfeto de zinco tenham estado nos campos de esterilização, todas estavam a tomar o mesmo antibiótico produzido pela indústria farmacêutica Mahawar.
Embora se declarem inocentes, tanto o dono da empresa com o filho foram detidos perante a possibilidade de contaminação dos medicamentos que distribuíam, noticia a Reuters. Já em 2012 a empresa tinha estado encerrada durante 90 dias depois de se ter descoberto que estavam a produzir medicamentos de menor qualidade, mas não chegou a perder a licença de atividade.
Algumas famílias dizem que as mulheres são forçadas a realizarem a cirurgia, mas Shiv Kumari Yadav admite que foi ela que escolheu submeter-se à intervenção por já ser mãe de três crianças. Yadav e o marido receberam dinheiro para poderem fazer a viagem de e para clínica de riquexó motorizado – um luxo que não poderiam suportar com o parco rendimento mensal que têm -, algumas mulheres recebem pela operação o equivalente ao salário de duas semanas. A esterilização é o meio mais eficaz de controlo populacional, é barato e não encontra as mesmas barreiras culturais, nem as mesmas dificuldades, que a contraceção. A Índia é o país com maior taxa de esterilização de mulheres, mas as mortes assombram esta tentativa de controlo da população – existe registo de 1.434 mulheres que morreram devido à cirurgia entre 2003 e 2012, mas não se conhece a dimensão dos casos que terão ficado por reportar.
Além dos medicamentos contaminados, o procedimento nos campos de esterilização não está livre de crítica. Shiv Kumari Yadav acordou com dores durante a cirurgia na clínica estatal Instituto Chattisgarh de Ciências Médicas. Por ter gritado foi esbofeteada pelo médico que a suturava: “Acalma-te. Estamos quase a acabar.” Dez minutos depois do processo terminado a indiana foi mandada para casa, sem acompanhamento médico pós-operatório.
As autoridades de saúde confirmaram que o ginecologista R.K. Gupta realizou uma cirurgia a cada dois minutos numa sala imunda num hospital desativado. Os quatro profissionais de saúde a trabalhar neste campo, incluindo o médico, foram detidos depois de terem realizado 83 cirurgias em poucas horas.
* Um dia, junto ao Taj Mahal, o nosso guia comentou estarmos de visita à maior democracia do mundo, respondemos-lhe que já estávamos há dez dias na Índia e tinhamos visto principalmente miséria, fome e porcaria, na tal democracia não tinhamos reparado.
Foram as fortes dores no estômago e os vómitos que levaram Shiv Kumari Yadav, uma mulher de 27 anos que se submeteu a uma cirurgia de esterilização, a uma clínica perto da aldeia onde mora. Os comprimidos que lhe deram na clínica depois da operação parecem ser os responsáveis pela indisposição desta indiana, pela hospitalização de dezenas de pessoas e pela morte de pelo menos 15 mulheres. Embora nem todas as pessoas envenenadas com fosfeto de zinco tenham estado nos campos de esterilização, todas estavam a tomar o mesmo antibiótico produzido pela indústria farmacêutica Mahawar.
Embora se declarem inocentes, tanto o dono da empresa com o filho foram detidos perante a possibilidade de contaminação dos medicamentos que distribuíam, noticia a Reuters. Já em 2012 a empresa tinha estado encerrada durante 90 dias depois de se ter descoberto que estavam a produzir medicamentos de menor qualidade, mas não chegou a perder a licença de atividade.
Algumas famílias dizem que as mulheres são forçadas a realizarem a cirurgia, mas Shiv Kumari Yadav admite que foi ela que escolheu submeter-se à intervenção por já ser mãe de três crianças. Yadav e o marido receberam dinheiro para poderem fazer a viagem de e para clínica de riquexó motorizado – um luxo que não poderiam suportar com o parco rendimento mensal que têm -, algumas mulheres recebem pela operação o equivalente ao salário de duas semanas. A esterilização é o meio mais eficaz de controlo populacional, é barato e não encontra as mesmas barreiras culturais, nem as mesmas dificuldades, que a contraceção. A Índia é o país com maior taxa de esterilização de mulheres, mas as mortes assombram esta tentativa de controlo da população – existe registo de 1.434 mulheres que morreram devido à cirurgia entre 2003 e 2012, mas não se conhece a dimensão dos casos que terão ficado por reportar.
Além dos medicamentos contaminados, o procedimento nos campos de esterilização não está livre de crítica. Shiv Kumari Yadav acordou com dores durante a cirurgia na clínica estatal Instituto Chattisgarh de Ciências Médicas. Por ter gritado foi esbofeteada pelo médico que a suturava: “Acalma-te. Estamos quase a acabar.” Dez minutos depois do processo terminado a indiana foi mandada para casa, sem acompanhamento médico pós-operatório.
As autoridades de saúde confirmaram que o ginecologista R.K. Gupta realizou uma cirurgia a cada dois minutos numa sala imunda num hospital desativado. Os quatro profissionais de saúde a trabalhar neste campo, incluindo o médico, foram detidos depois de terem realizado 83 cirurgias em poucas horas.
* Um dia, junto ao Taj Mahal, o nosso guia comentou estarmos de visita à maior democracia do mundo, respondemos-lhe que já estávamos há dez dias na Índia e tinhamos visto principalmente miséria, fome e porcaria, na tal democracia não tinhamos reparado.
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