27/09/2014

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HOJE NO
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EKA. 
Uma nova morada 
para todas as artes 

Este é um projecto de difícil definição, mas tentemos. Dilen e Eurica Magan querem dar um pontapé na alta cultura e fazer desta casa um espaço de portas abertas. Abriu ontem, em Xabregas, Lisboa, com trabalhos estrangeiros e nacionais

Dilen e Eurica Magan são daquela espécie rara que rejeita ficar a ver navios a embaterem contra icebergs – ao ponto de em 1998 terem iniciado um projecto de música electrónica asiática só porque sim. Ano após ano foram vincando a sua posição de visionários. Com um fraquinho por todas as manifestações artísticas anti-cunhas e fora da caixa, o casal percebeu que era hora de rumar a paragens distintas, já que “Lisboa era um bocado limitada, os artistas fecham-se neles próprios, rejeitam inovar”, explica Dilen. 
FOTO CATARINA CRAVEIRO

Acumularam projectos de várias índoles por toda a Europa, centro culturais em Londres, instalações em Berlim, tudo coisas que fazem deles gente respeitada e com notoriedade suficiente para chamaram ao EKA artistas de diferentes nacionalidades. Faça-se a vénia que isto não é pouco. Aliás, torna-se algo comum nestes dias que os portugueses de mérito sejam manda-chuvas lá fora e perfeito desconhecidos cá dentro.

Pensamento que Dilen partilha connosco antes de nos explicar a razão pela qual decidiram regressar a Lisboa. “Amamos a cidade e parece-nos a próxima grande capital europeia. Depois porque achamos que o negócio da cultura não está a ser bem explorado, é um negócio bilionário e que pode atrair milhões de pessoas aqui. Em todas as cidades há convenções de cinema, de tudo. Queremos criar a visão de que as pessoas podem vir a Lisboa e fazer coisas para além de andar num tuk-tuk em Alfama”.
Instalaram-se no LX Factory, lugar de eleição da capital portuguesa, multi-artístico onde – “supostamente”, diz-nos Dilen – cabe tudo. “Sentimos que era um espaço muito elitista. Fiz uma proposta à direcção do LX para no Open Day termos lá as marchas populares com música electrónica e afins. A resposta foi prontamente negativa porque disseram que não queriam lá chungaria, foi aí que percebemos que aquele espaço não era para nós”.

Daí até este EKA, novíssimo espaço cultural (antiga vila operária, no total com 10 mil metros quadrados), foi um tiro de rompante. “Com a notoriedade do projecto EKA, com a criação da nossa editora e outros eventos, percebemos que precisávamos de uma galeria. Foi aí que encontrámos este espaço e começámos a trabalhar nele há dois meses. O objectivo é ter isto aberto 7 dias por semana, com uma programação mensal”, avisa Dilen que nos foi apresentando os artistas que finalizavam as suas obras. No entanto, não se pense que este é um espaço exclusivo para gente com provas dadas e estilos específicos. Isso são limitações que Dilen não compreende e que não fazem parte da directriz do EKA. “Queremos dar espaço a gente com vontade de expor coisas, que não tem possibilidades de o fazer noutro lado. Se fosses artista a gente agarrava no calendário e via quando era possível, aliás, se quiseres fazer um workshop de jornalismo, estás à vontade…”.

Agradecemos a sugestão, mas deixamos a iniciativa para outrem. Quando desligamos o gravador e fazemos a ronda da praxe pela exposição de abertura do EKA, descobrimos instalações com lego, vídeo arte em 2D, mas que dá a ideia de ser 3D, um estúdio para fazer T-shirts em serigrafia, quadros que metem óculos de fazer esqui, arte urbana ao pontapé e a lista continuaria. Todos comem do mesmo prato que se define como “Arte de Guerrilha”, aquela que não tem estilo e se assume livre, que expõe em todo o lado em mais algum e que não procura rótulos. O EKA está aqui para tirar o prefixo a esta subcultura.  

Mais info em:
facebook.com/unity.EKA; a inauguração continua hoje e amanhã, das 14h às 24h no EKA: Calçada de Dom Gastão, nº12. Xabregas

* A cultura é vida, às vezes não é fácil entendê-la, mas devemos tentar.

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