22/05/2014

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Dívida pública subiu para 132,4% 
do PIB no primeiro trimestre 

Desde o final de 2013, a dívida pública subiu sete mil milhões de euros para 132,4% do PIB no fim do primeiro trimestre, acima da projecção oficial para 2014. Líquida de depósitos, subiu muito menos, mil milhões, para 118,3%.
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De acordo com os dados preliminares do Boletim Estatístico de Maio, divulgado nesta quinta-feira pelo Banco de Portugal, a dívida pública calculada na óptica de Maastricht, a que conta para estabelecer comparações entre os países da União Europeia, subiu cerca de sete mil milhões de euros desde Dezembro do ano passado e, no final de Março e do primeiro trimestre de 2014, cifrava-se em 220.684 milhões de euros, o equivalente a 132,4% do produto interno bruto (PIB).

No final de 2013, a dívida pública portuguesa equivalia a 129% do PIB, cifrando-se em 213.631 milhões de euros.

Recorda a Lusa que no Documento de Estratégia Orçamental 2014-2018, o Governo prevê que a dívida continue a subir neste ano face a 2013, atingindo 130,2% do PIB, e que comece a inverter essa tendência à medida que os défices orçamentais passem a excedentes.

O Executivo antecipa que a trajectória de dinâmica da dívida se inverta em 2015, caindo para os 128,7% do PIB nesse ano, chegando aos 116,7% em 2018, o último ano da projecção.


Almofada financeira explica essencial do aumento da dívida
Parte essencial do aumento da dívida deve-se ao facto de ter entrado mais uma parcela do empréstimo europeu e de, nesta transição para o pós-troika, o Estado português estar a constituir uma almofada de liquidez para fazer face a despesas futuras, o que lhe permitirá evitar ter de ir ao mercado se as condições se revelarem adversas.

Os dados do Banco de Portugal indicam que, líquido de depósitos, o valor da dívida subiu muito mais ligeiramente no primeiro trimestre, cerca de mil milhões de euros, para 197.312 milhões de euros em Março, o equivalente a 118,3% do PIB.

O Tratado de Maastricht, que abriu caminho ao euro, e o mais recente Tratado Orçamental estabelecem, ambos, que a dívida pública dos Estados da União Europeia não deve exceder o equivalente a 60% do PIB.

O Banco de Portugal fez no passado alguns cálculos e chegou à conclusão, assumindo a hipótese de 4% quer para o crescimento nominal do PIB quer para as taxas de juro da dívida, que atingir esse patamar exigirá excedentes orçamentais primários (ou seja, receitas superiores às despesas, excluindo os juros da dívida) equivalentes a 2% PIB, por ano, durante 20 anos, o que exigirá um esforço de consolidação orçamental "sem precedente na história recente da economia portuguesa".  

A OCDE, com outras hipóteses de base, calcula que esse excedente terá de ser muito maior, da ordem de 5%, entre 2015 e 2023.

* O que é preciso é calma, os srs. ministros dormem muito bem à nossa conta, deitados na almofada financeira que nos sacaram!


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