HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Assunção Esteves manifesta "carinho
e gratidão" pelos capitães de Abril
A presidente da Assembleia da República
tentou hoje atenuar a polémica com os capitães de Abril sobre a sua
participação nas cerimónias comemorativas do 25 de Abril no Parlamento,
ao manifestar "carinho e gratidão" pelos militares que levaram a cabo a
revolução de 1974. Partidos reúnem-se hoje com a presidente para
analisar a possibilidade de "capitães e coronéis" poderem intervir na
sessão solene.
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"A minha intenção é deixar claro no espaço público que o
carinho e a gratidão que o Parlamento deve aos capitães nunca esteve nem
pode estar em causa. Para que não haja confusões: as diferentes
interpretações sobre o que quer que seja não podem perturbar a opinião
pública e a relação inquebrantável entre o criador, que são capitães, e a
criação, que é o Parlamento", referiu Assunção Esteves em declarações
aos jornalistas, depois de um encontro com a Associação 25 de Abril,
liderada por Vasco Lourenço.
A presidente da AR tentou assim colocar um ponto final na polémica
iniciada há cinco dias quando, referindo-se à recusa dos capitães de
Abril de participarem nas comemorações por lhes ter sido negada a
possibilidade de usarem da palavra, respondeu "o problema é deles".
No final do mesmo encontro, Assunção Esteves anunciou que analisará
hoje ao final do dia, com os partidos com assento parlamentar, a
hipótese de ser dada a palavra aos capitães na sessão da sexta-feira da
próxima semana, depois de um pedido do PS.
Aos jornalistas, Vasco Lourenço reforçou a recusa em participar se
não puder haver intervenção: "Mantemos a nossa posição, de estar
presente nas comemorações do 25 de Abril, menos na sessão solene, a
menos que nos seja permitido usar da palavra".
Assunção Esteves disse ainda que sempre foi manifestado aos "capitães
e coronéis" a importância da sua presença nas comemorações do 25 de
Abril no Parlamento e que "não é o mesmo estarem ou não estarem",
responsabilizando ainda o "ruído" no "espaço público" pela "confusão"
que se seguiu às suas declarações, "o que é negativo para a esperança".
* Ruído no espaço público? Problema dela.
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