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ESTA SEMANA NO
"SOL"
Dificuldades na Guiné-Bissau obrigam
. meios de comunicação a 'vender-se'
As dificuldades financeiras na Guiné-Bissau estão a fazer com que alguns
órgãos de comunicação social se estejam a "vender" aos candidatos às
eleições e sejam alvo de manipulação, denuncia o sindicato dos
jornalistas do país.
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As eleições legislativas e presidenciais
realizaram-se a 13 de Abril e o PAIGC elegeu a maioria dos deputados do
parlamento enquanto a corrida ao palácio presidencial vai decidir-se
numa segunda volta a 18 de Maio.
A poucos dias do início da
campanha há um "quadro de dificuldades financeiras em que alguns órgãos
se estão a vender", referiu Mamadu Candé, presidente do Sindicato dos
Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) à agência Lusa.
Aquele
responsável aponta como exemplo situações em que os candidatos pagam um
valor diário aos jornalistas para que os acompanhem em determinadas
acções - caso contrário, podem não ter meios para o fazer.
"Um
candidato leva consigo o jornalista e paga-lhe um ‘per diem'. Isto não
tem nenhuma independência nem objectividade. Há riscos enormes" para a
tarefa de informar o público, destaca Mamadu Candé.
Artigos de
opinião a favor de um ou outro candidato apresentados como sondagens e
candidaturas que dominam a informação de alguns órgãos foram outras das
situações verificadas nas semanas que antecederam a votação de 13 de
Abril.
"A comunicação social teve de comprometer a sua
independência em troca da sobrevivência financeira" durante a campanha,
concluiu na altura o relatório da missão eleitoral da União Europeia
(UE) que analisou alguns dos casos.
"Os órgãos de comunicação
públicos e privados cobriram o processo eleitoral com condições
financeiras extremamente difíceis, o que influenciou a sua capacidade de
oferecer uma cobertura equilibrada e imparcial, pondo em causa o pleno
gozo da liberdade de imprensa", destacou-se no documento.
No caso
do sector público, uma greve calou a televisão e rádios nacionais
durante vários dias - afectando inclusivamente a transmissão dos tempos
de antena.
Apesar de a situação estar, por agora, pacificada,
Mamadu Candé realça que os trabalhadores dos órgãos públicos têm entre
quatro a seis meses de salários em atraso, a que se somam alguns
subsídios por pagar.
O presidente do Sinjotec faz um apelo à
solidariedade dos parceiros internacionais da Guiné-Bissau para que
possam ajudar de imediato os órgãos de comunicação social e jornalistas
com dinheiro ou equipamento.
"Com o governo não podemos contar, já
deram exemplos de que não têm interesse nisso. Dos parceiros da
Guiné-Bissau precisamos da solidariedade de todos, senão vamos ter uma
comunicação social dependente dos candidatos", realçou.
Os órgãos
de comunicação social guineenses receberam nas últimas semanas apoio
material das Nações Unidas e os meios estatais beneficiaram de ajuda
financeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO).
No entanto, Mamadu Candé receia que o auxílio concedido
não esteja à altura da responsabilidade dos "media" para "criação de um
clima de paz e tranquilidade que o povo merece e precisa de ter".
As
eleições presidenciais na Guiné-Bissau vão ser decididas a 18 de maio
num segunda volta entre José Mário Vaz, ex-ministro do PAIGC, e Nuno
Nabian, independente apoiado por figuras do PRS, principal partido da
oposição.
* Parece um caso de corrupção muito localizada mas não é. Aos países verdadeiramente ricos interessa que África seja um continente sem países fortes ao nível do poder global, por isso toleram uns sobas como o Zedu, multimilionário mas sem poder político internacional, e, quando tiver de se posicionar fica do lado dos donos do dinheiro, evidentemente.
Infelizmente a Guiné-Bissau não tem a dimensão duma cagadela de mosca.
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