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Conheça os bancos onde os seus
. depósitos estão protegidos
Big e Best são considerados os bancos mais seguros. Já o Banif é encarado como uma das instituições financeiras a evitar
Quer
investir o seu dinheiro num depósito a prazo e não sabe qual o banco
que deverá escolher? Antes de decidir não olhe só para a taxa de juro
oferecida. Há outros cuidados que deve ter, já que há instituições
financeiras mais expostas ao risco do que outras. Pelo menos é esta a
conclusão de um estudo realizado pela Associação Portuguesa de
Consumidores (Deco) depois de ter feito uma ronda pelos vários bancos.
"Analisámos os bancos que propõem depósitos aos particulares com intuito
de aferir o risco. Chegámos à conclusão que existem três grupos de
depósitos bancários: os mais seguros, os de risco aceitável e os que são
de evitar". No entanto, a associação lembra que "todos, incluindo até
os do último grupo, estão abrangidos por um mecanismo de protecção que
assegura os valores depositados".
Pela análise feita, a entidade concluiu que o Big e o Best Bank são os dois bancos mais seguros e, ao mesmo tempo, também aparecem como os mais generosos no pagamento de juros. "Não há dúvida que são bons destinos para as suas aplicações de curto prazo", alerta a associação. Já na cauda da classificação surge o único banco no qual deve evitar constituir depósitos, devido a um risco elevado: o Banco de Caja España de Inversiones, Salamanca y Soria, que opera em Portugal com a marca Caja Duero. A explicação é simples: o banco fechou o ano passado com capitais próprios negativos, o que significa que está em falência técnica.
Também o Banif, no entender da Deco, é um banco a evitar tendo em conta o balanço de 2012. "Embora o rácio de solvabilidade estivesse acima do limite mínimo, os restantes três indicadores ficaram abaixo dos valores aceitáveis. Entretanto, após o Estado ter entrado directamente no seu capital, tornando--se accionista, os indicadores do Banif melhoraram substancialmente e o banco passou para o grupo dos depósitos de risco aceitável", diz
Fundo de garantia
A verdade é que os depósitos nos bancos portugueses estão abrangidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, que protege o valor depositado até um montante de 100 mil euros por depositante. A maioria das Caixas de Crédito Agrícola participa de um sistema próprio: o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo, que também protege até 100 mil euros por depositante. Mas nem tudo é assim tão simples: há bancos estrangeiros a operar em Portugal, cujos sistemas de garantia de depósitos são diferentes dos dos portugueses. "É o caso dos depósitos constituídos no Barclays, que beneficiam da garantia de reembolso prestada por um fundo britânico, no Deutsche Bank, abrangido pelo sistema alemão, e no PrivatBank, que participa no da Letónia. As instituições espanholas Caja Duero e Novagalicia Banco fazem parte de dois sistemas espanhóis de protecção diferentes", salienta a associação.
No entanto, e devido às regras europeias, todos os depósitos nestes bancos estrangeiros estão também garantidos até 100 mil euros. No Barclays, a protecção é até 85 mil libras por titular, o equivalente a cerca de 101 mil euros. "Embora o limite de protecção seja o mesmo, na prática, as distâncias podem dificultar a resolução e, em rigor, a segurança pode não ser a mesma". Por isso mesmo, e para evitar desagradáveis surpresas, a Deco aconselha: "antes de fazer o depósito leia a Ficha de Informação Normalizada que o banco tem de lhe entregar. Tenha atenção à garantia do capital e à possibilidade de mobilização antecipada e respectiva penalização no rendimento".
Riscos
O certo é que, apesar de a segurança estar controlada pelos fundos de garantia, também estes podem vir a tornar-se insolventes ou incapazes de satisfazer todos os seus compromissos em caso da falência de um dos maiores bancos. "Actualmente, o Fundo de Garantia de Depósitos português recebe contribuição dos bancos para o dotar de fundos necessários no caso de ser preciso accioná-lo. Porém, o montante disponível no fundo pode não ser suficiente para salvar os depositantes de um grande banco. No relatório de 2011 do Fundo de Garantia de Depósitos (o último publicado), os seus administradores revelam que o dinheiro disponível em caso de emergência cobria 1,3% dos depósitos abrangidos pela protecção. Dos números publicados é possível deduzir que, caso um dos cinco maiores bancos vá à falência, não haverá dinheiro suficiente para todos os depositantes", salienta a associação.
A mesma lembra, no entanto, que é possível que, caso os depósitos de um banco fiquem indisponíveis, o governo possa intervir de forma a minimizar o impacto nas famílias. "Naturalmente, a solução dependeria da dimensão da instituição financeira", salienta a Deco.
Para evitar dissabores para situações acima dos 100 mil euros, reparta por mais do que um banco ou coloque outro titular de conta em cada instituição financeira. Se a sua conta tiver dois titulares, a protecção sobe para 200 mil euros. "Mas a garantia não é absoluta, pelo que além de comparar as condições de rendimento e de liquidez que são oferecidas por cada banco, deve também ponderar a escolha da instituição para constituir depósitos", conclui a Deco, acrescentando ainda que "de acordo com a análise que fizemos, há diferenças significativas e existe um banco a evitar dado o risco elevado dos seus depósitos. Nos restantes casos, compare as condições entre os vários bancos, nomeadamente o rendimento, a possibilidade de mobilização antecipada e a respectiva penalização nos juros. Se, todavia, não pretender mudar de banco, então procure negociar as melhores condições na instituição na qual já é cliente, embora o nosso teste prático revele que actualmente é muito difícil negociar".
DE CONFIANÇA |
Pela análise feita, a entidade concluiu que o Big e o Best Bank são os dois bancos mais seguros e, ao mesmo tempo, também aparecem como os mais generosos no pagamento de juros. "Não há dúvida que são bons destinos para as suas aplicações de curto prazo", alerta a associação. Já na cauda da classificação surge o único banco no qual deve evitar constituir depósitos, devido a um risco elevado: o Banco de Caja España de Inversiones, Salamanca y Soria, que opera em Portugal com a marca Caja Duero. A explicação é simples: o banco fechou o ano passado com capitais próprios negativos, o que significa que está em falência técnica.
Também o Banif, no entender da Deco, é um banco a evitar tendo em conta o balanço de 2012. "Embora o rácio de solvabilidade estivesse acima do limite mínimo, os restantes três indicadores ficaram abaixo dos valores aceitáveis. Entretanto, após o Estado ter entrado directamente no seu capital, tornando--se accionista, os indicadores do Banif melhoraram substancialmente e o banco passou para o grupo dos depósitos de risco aceitável", diz
Fundo de garantia
A verdade é que os depósitos nos bancos portugueses estão abrangidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, que protege o valor depositado até um montante de 100 mil euros por depositante. A maioria das Caixas de Crédito Agrícola participa de um sistema próprio: o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo, que também protege até 100 mil euros por depositante. Mas nem tudo é assim tão simples: há bancos estrangeiros a operar em Portugal, cujos sistemas de garantia de depósitos são diferentes dos dos portugueses. "É o caso dos depósitos constituídos no Barclays, que beneficiam da garantia de reembolso prestada por um fundo britânico, no Deutsche Bank, abrangido pelo sistema alemão, e no PrivatBank, que participa no da Letónia. As instituições espanholas Caja Duero e Novagalicia Banco fazem parte de dois sistemas espanhóis de protecção diferentes", salienta a associação.
No entanto, e devido às regras europeias, todos os depósitos nestes bancos estrangeiros estão também garantidos até 100 mil euros. No Barclays, a protecção é até 85 mil libras por titular, o equivalente a cerca de 101 mil euros. "Embora o limite de protecção seja o mesmo, na prática, as distâncias podem dificultar a resolução e, em rigor, a segurança pode não ser a mesma". Por isso mesmo, e para evitar desagradáveis surpresas, a Deco aconselha: "antes de fazer o depósito leia a Ficha de Informação Normalizada que o banco tem de lhe entregar. Tenha atenção à garantia do capital e à possibilidade de mobilização antecipada e respectiva penalização no rendimento".
Riscos
O certo é que, apesar de a segurança estar controlada pelos fundos de garantia, também estes podem vir a tornar-se insolventes ou incapazes de satisfazer todos os seus compromissos em caso da falência de um dos maiores bancos. "Actualmente, o Fundo de Garantia de Depósitos português recebe contribuição dos bancos para o dotar de fundos necessários no caso de ser preciso accioná-lo. Porém, o montante disponível no fundo pode não ser suficiente para salvar os depositantes de um grande banco. No relatório de 2011 do Fundo de Garantia de Depósitos (o último publicado), os seus administradores revelam que o dinheiro disponível em caso de emergência cobria 1,3% dos depósitos abrangidos pela protecção. Dos números publicados é possível deduzir que, caso um dos cinco maiores bancos vá à falência, não haverá dinheiro suficiente para todos os depositantes", salienta a associação.
A mesma lembra, no entanto, que é possível que, caso os depósitos de um banco fiquem indisponíveis, o governo possa intervir de forma a minimizar o impacto nas famílias. "Naturalmente, a solução dependeria da dimensão da instituição financeira", salienta a Deco.
Para evitar dissabores para situações acima dos 100 mil euros, reparta por mais do que um banco ou coloque outro titular de conta em cada instituição financeira. Se a sua conta tiver dois titulares, a protecção sobe para 200 mil euros. "Mas a garantia não é absoluta, pelo que além de comparar as condições de rendimento e de liquidez que são oferecidas por cada banco, deve também ponderar a escolha da instituição para constituir depósitos", conclui a Deco, acrescentando ainda que "de acordo com a análise que fizemos, há diferenças significativas e existe um banco a evitar dado o risco elevado dos seus depósitos. Nos restantes casos, compare as condições entre os vários bancos, nomeadamente o rendimento, a possibilidade de mobilização antecipada e a respectiva penalização nos juros. Se, todavia, não pretender mudar de banco, então procure negociar as melhores condições na instituição na qual já é cliente, embora o nosso teste prático revele que actualmente é muito difícil negociar".
* As informações da DECO são criteriosas.
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