HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Rendibilidade das empresas portuguesas
. cai para metade em seis anos
Num espaço de seis anos a
rendibilidade das empresas portuguesas caiu para metade, ainda que na
primeira metade deste ano tenha recuperado “ligeiramente”, de acordo com
os dados do Banco de Portugal. Por outro lado, a pressão financeira
aumentou, com a instituição a salientar que o sector da construção gerou
um EBITDA que não excede os juros cobrados nos empréstimos concedidos.
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O Banco de Portugal publicou uma série de informação estatística sobre o tecido empresarial português,
onde é realçado que a “esmagadora maioria” das empresas a operar em
território nacional são de pequena ou média dimensão. O activo total das
empresas era de 650 mil milhões de euros no final de 2012, mantendo
assim o comportamento negativo já verificado em 2011. O valor do activo
das empresas aproxima-se do nível verificado em 2006, ano em que este
montante não chegou aos 600 mil milhões.
Analisar o perfil das empresas nos últimos anos é verificar perdas
também nos rendimentos gerados, na rendibilidade dos activos e maiores
dificuldades em se financiarem.
“Os rendimentos gerados pelas empresas não financeiras têm vindo a
diminuir desde 2008 (com excepção de 2010) e, em 2012, atingiram 328 mil
milhões de euros”, adianta o relatório do Banco de Portugal.
Já quando analisada a rendibilidade, conclui-se que, entre 2006 e
2012, este indicador recuou para metade, passando de 8,1% para 4,1%. O
Banco de Portugal sublinha que no segundo trimestre de 2013 verificou-se
uma inversão, tendo este indicador melhorado para 4,5%.
“Existem, contudo, diferenças assinaláveis entre os vários grupos de
empresas: a rendibilidade do activo das empresas privadas é sempre
superior à rendibilidade do activo das empresas públicas; ainda assim,
devido a uma redução substancial em 2011 e 2012, estes valores
aproximaram-se. Todos os sectores de actividade económica contribuem
para essa convergência, com excepção da “Electricidade, gás e água”.
Este sector e o das “Indústrias” são os que apresentam rendibilidades
mais elevadas. A classe das grandes empresas apresenta sempre
rendibilidades superiores à das pequenas e médias empresas”, adianta a
mesma fonte.
A estrutura de financiamento das empresas portuguesas sofreu
alterações. Em 2006, o recurso ao capital próprio para se financiar era
maior do que o recurso a financiamento externo, com o primeiro a
representar 43,2% e o segundo 30,6%. No final de 2012, estas duas formas
de financiamento equipararam-se, representando ambas 40%.
O relatório do Banco de Portugal acrescenta que entre 2006 e 2012, o
custo médio de financiamento das empresas fixou-se entre 5,4%, sendo que
este máximo foi atingido em 2008, ano da crise do “subprime” que
culminou com a falência do Lehman Brothers e com uma crise no sector
financeiro mundial e uma subida expressiva dos juros, e 3,4%, com este
mínimo a ser verificado em 2010. “Este valor tem vindo a aumentar num
período mais recente”, adianta a mesma fonte.
“A pressão financeira sobre as empresas não financeiras em Portugal,
deduzida através do rácio EBITDA/juros suportados, é maior em 2012 do
que em 2006”, revela a mesma fonte, que explica que no ano passado, o
EBITDA cobria 2,9 vezes os juros suportados pelas empresas, o que fica
bastante abaixo de 6,1 vezes verificadas em 2006.
O Banco de Portugal adianta ainda que “ao longo do período, as
empresas públicas foram as que estiveram sujeitas a maior pressão
financeira.”
Mas o destaque vai para o sector da construção, onde “o EBITDA gerado não excedeu os juros suportados”.
* Os números da realidade!
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