19/10/2013

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Manifestação. Milhares de pessoas pediram demissão do Governo em Lisboa

Milhares de pessoas pediram hoje, em Lisboa, a demissão do Governo, num protesto promovido pela Confederação-geral de Trabalhadores (CGTP-In) contra as políticas de austeridade.
“Governo rua” é o que mais se ouve entre os manifestantes, sendo também a frase mais visível entre as centenas de cartazes do protesto, onde também o presidente da República, Cavaco Silva, é criticado.


Novos e velhos, várias gerações de pessoas de diversos pontos do país marcam presença na jornada de luta da CGTP que por volta das 15:30 foi surpreendida com chuva, oque levou alguns dos manifestantes a desmobilizar e a abrigarem-se junto de casas e cafés na zona de Alcântara.
Deonilde Marques, uma reformada de 86 anos, veio de Setúbal para pedir a demissão do Governo, uma vez que “nunca houve um tão mau como este”.

“Sou do tempo do Salazar e nunca passei aquilo que estou a passar agora”, disse à agência Lusa a reformada.
Deonilde Marques adintou que tem uma reforma de 336 euros por mês, é viúva e tem que pagar agua, luz, gás e casa.
“O que é que eu vou comer?” - interrogou.
Outra manifestante presente no protesto, Lucília Marques, é funcionária pública no SMAS de Sintra e tem o marido desempregado, questionou à lusa como é possível viver com 485 euros por mês.
De 56 anos, a funcionária pública pede a demissão do Governo e diz que “nas próximas eleições os portugueses deveriam votar em branco para haver um Governo que não pertencesse a nenhum partido”.
Vestida com uma bata branca e com um cartaz a dizer “não somos lixo, somos gente”, Madalena Monge veio de Torres Vedras para manifestar-se contra as políticas do Governo, principalmente os cortes na saúde.
“Estou aqui pelos doentes oncológicos. Há oito anos tive cancro e agora, no IPO são cada vez mais as pessoas que não fazem os tratamentos por falta de dinheiro”.

Joaquim Ramos é rececionista num hotel e disse à agência Lusa que o Governo devia ir para a rua. Apesar de não ser funcionário público “todos os portugueses estão a ser afetados com estas medidas”.
Mesmo assim considera-se um privilegiado por trabalhar no setor do turismo, o único em Portugal que ainda está em crescimento.

Centenas de cartazes, de bandeiras de sindicatos, de Portugal e também algumas bandeiras pretas são empenhadas pelos manifestantes, ao mesmo tempo que gritam palavras de ordem “Está na hora, está na hora do Governo ir embora”, “Governo rua já” e “Passos escuta o povo está em luta”.
No discurso em Alcântara, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, anunciou uma ação de protesto contra o Orçamento de Estado, a realizar no dia 01 de novembro junto da Assembleia da República, em Lisboa.

"No próximo dia 01 de novembro, dia feriado que nos foi roubado e que coincide coma primeira votação na generalidade do Orçamento de Estado, lá estaremos, de novo, na Assembleia da República, às 10:00 horas, para rejeitar a proposta de Orçamento, para exigir a demissão do Governo e a realização de eleições quanto antes", disse Arménio Carlos aos manifestantes concentrados em Alcântara, em Lisboa.

* Protestar a tragédia.

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