27/07/2013

DAVID DINIS

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SOL&SOMBRA

SOL

Carlos Silva
No meio da maior tempestade política vivida nas últimas décadas, o novo líder da UGT consegue surpreender pela forma como dá sequência à boa herança que lhe é deixada por João Proença. Em apenas uma semana, a central sindical fez um comunicado apelando a uma rápida resolução da crise – mostrando disponibilidade para negociar com o Governo em funções, qualquer que seja – e um outro, em conjunto com as confederações patronais, apelando ao Acordo de Salvação Nacional proposto pelo Presidente da República. Carlos Silva entrou com fama de duro e quis mostrar que não ia ser simpático logo na greve geral. Mas não deixou a UGT perder o seu principal trunfo: bom-senso e compromisso. Dizer isto hoje não é dizer pouco.

Nuno Crato
O Governo paralizou com a crise política aberta há 20 dias com a carta de demissão de Gaspar. Mas houve um ministro que apareceu, ainda que perdido no mar mediático dessa crise: foi o ministro da Educação, que renegociou com a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo o contrato de financiamento público. Resultado: um corte de 7,8 milhões de euros no próximo ano escolar. Um acordo pacífico, apelidado como «adequado» pelos privados. Haja alguém a pensar no próximo OE.

SOMBRA

Mário Soares
O ex-tudo da República portuguesa já tinha dito quase tudo. Faltava isto, porém: ameaçar a liderança do partido que fundou, assim como a própria instutuição, com uma cisão, caso seja assinado um acordo de que discorda. Dizem os históricos que o Presidente Cavaco encostou o PS ao suicídio político. Pois o que Soares fez não foi melhor: diminuiu o seu líder a uma mera caixa de ressonância, como se não tivesse autonomia de decisão. 

Assunção Esteves
Convém não trocar a nuvem por Juno: o que se tem repetido nas galerias do Parlamento não pode tornar-se regra, nem é compaginável com a dignidade daquela instituição. Mas a reacção que a Presidente da Assembleia da República teve à mais recente manifestação nessas galerias foi um erro, pelo que disse e pelo tom com que o disse. Mais: se as galerias da Assembleia estão a ser usadas para fins políticos, Assunção tem na sua mão regras suficientes para tornar isso mais difícil. Simplesmente, até aqui, não as usou.

IN "SOL"
22/07/13

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