HOJE NO
"PÚBLICO"
Taxa de desemprego sobe para 17,7%
O número de desempregados em Portugal continuou a subir a um ritmo elevado durante os primeiros três meses do ano.
De acordo com os dados
publicados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE), a taxa de desemprego passou de 16,9% no final de 2012 para 17,7%
no primeiro trimestre deste ano, um novo máximo histórico em Portugal. A
taxa de desemprego é agora 2,8 pontos percentuais mais alta do que em
igual período do ano anterior.
Feitas as contas e usando o
critério oficial do INE, existem 952.200 desempregados em Portugal. Este
critério não considera, por exemplo, as pessoas que, apesar de não
terem emprego e de estarem interessadas em ter um, declararam ao INE não
ter procurado emprego durante os últimos 30 dias. Se fossem
consideradas essas pessoas, o número de desempregados já ultrapassaria o
milhão de pessoas.
Segundo o INE, registaram-se no primeiro
trimestre de 2013 mais 29 mil desempregados do que no final do ano
passado. Em simultâneo, verificou-se uma diminuição 69.600 pessoas da
população activa. Isto significa que, para além das pessoas que estão a
cair no desemprego, há também um acréscimo daquelas que já desistiram de
procurar emprego, sendo retiradas da população considerada activa. O
número de empregados diminuiu quase 100 mil pessoas.
Os números
agora publicados pelo INE confirmam a continuação da tendência de subida
do desemprego durante este ano, que o próprio Governo reconhece. No
Documento de Estratégia Orçamental, está prevista uma taxa de desemprego
média no total de 2013 de 18,2%, que subirá ainda para 18,5% em 2014.
Desemprego de longa duração passa os 10%
Nos
números hoje publicados, é notório que a subida do desemprego está a
ser feita pela manutenção nesta situação por muito tempo de um número
elevado de pessoas. A taxa de desemprego de longa duração registou, em
três meses, uma subida de 0,9 pontos percentuais, atingindo já 10,4% da
população activa.
Foi a primeira vez que a barreira dos 10% foi
ultrapassada neste indicador. Isto significa que já existem, neste
momento em Portugal, 560 mil pessoas que estão desempregadas há mais de
um ano (mais 40 mil do que há três meses). Este número pode ser
especialmente preocupante tendo em conta que contribuiu para um
acréscimo da população desempregada que não tem acesso ao subsídio de
desemprego.
A tendência de subida do desemprego entre os jovens
também se manteve no primeiro trimestre de 2013, passando de 40% para
42,1%. Há um ano, este valor estava nos36,2%. Portugal parece assim
estar a caminhar para a barreira dos 50% neste indicador, que já foi
atingida pela Espanha e a Grécia.
Neste momento, o INE contabiliza
a existência de 165.900 jovens entre os 15 e os 24 anos que, estando na
população activa (não estudam e procuram emprego), estão desempregados.
Empregados com a mesma idade há 228.500 jovens.
Algarve supera os 20%
O
Algarve continua a ser a região do país mais afectada pela crise no
mercado de trabalho. No primeiro trimestre do ano, a taxa de desemprego
foi de 20,5%, face aos 19,7% do final de 2012. O Algarve volta assim a
superar a barreira dos 20%, que já tinha atingido no início do ano
passado.
Também com uma taxa de desemprego de 20% está agora a
Madeira. Foi aqui que o desemprego mais cresceu nos últimos 12 meses
(era de 16,1% no primeiro trimestre de 2012), um resultado que se pode
explicar pelas restrições financeiras a que o Governo Regional da
Madeira tem estado sujeito.
Lisboa, com uma taxa de desemprego de
19,5%, é a terceira região do país com um desemprego mais elevado e bem
acima da média nacional de 17,7%. Abaixo da média, estão apenas os
Açores, com 17% e a região Centro, com 13,3%.
* O fado da miséria, só que a taxa ultrapassa os 20%.
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