09/05/2013

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HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"

Frasquilho duvida que países como Portugal estejam a ser bem ajudados

Deputado do PSD aproveitou lançamento do seu livro para lançar críticas à troika e à Europa. Vários ministros estiveram na assistência 
Miguel Frasquilho criticou a forma como o programa de ajustamento de Portugal está a ser implementado. "Tenho muitas dúvidas" que "os países que estão com dificuldades, que estão com programas de ajustamento" estejam "a ser ajudados da melhor forma", sublinhou o deputado e vice-presidente da bancada parlamentar do PSD no lançamento do seu livro "As raízes do mal, a troika e o futuro". Com quase todos os ministros social-democratas a assistir, Frasquilho pediu à Europa condições mais "realistas" para fazer o ajustamento das contas.
A MISÉRIA DOS PORTUGUESES TERÁ GRAÇA?
O deputado considera que "têm de ser dadas todas as condições aos países sob programa e com problemas para que possam fazer o seu trabalho de casa em condições exequíveis, realistas, e também credíveis", porque, actualmente, o deputado diz ter "muitas dúvidas" de que países como Portugal estejam a ser bem ajudados. Essa falta de condições para fazer o ajustamento está já a ter reflexos em termos políticos.

"Há fenómenos a nível europeu que nos deviam deixar a pensar", afirmou Frasquilho, referindo-se à ascensão do Syriza na Grécia e à vitória de Beppe Grillo, um comediante "contra o sistema e contra os partidos políticos", que teve a maior votação individual nas legislativas italianas. "Estes dois fenómenos já deviam ter feito soar todas as campainhas de alarme em Bruxelas, porque isto que se passou na Grécia e em Itália pode claramente vir a acontecer noutros países", alertou.

Para Miguel Frasquilho, a saída do euro não é uma opção – "não há saídas ordenadas" da moeda única, e se Portugal saísse, "regredíamos 50 anos". O que tem de acontecer é uma "mudança de orientações" a nível europeu. O deputado está confiante que isso vai acontecer: "ais perto do final do ano é possível que tenhamos melhores condições para cumprir o nosso programa". Não esclareceu se isso estaria relacionado com as eleições na Alemanha.

Mini-Conselho de Ministros a ver
A plateia reuniu um vasto leque de deputados do PSD, como Teresa Leal Coelho ou Luís Montenegro, bem como ex-líderes, como Marcelo Rebelo de Sousa, que apresentou o livro, ou Marques Mendes. Mas também foi notória a presença de vários ministros ligados ao partido: Paula Teixeira da Cruz, Aguiar-Branco, Marques Guedes e o próprio primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que escreveu o prefácio do livro. Na assistência estiveram também o ministro Álvaro Santos Pereira e o ex-ministro Miguel Relvas.

Foram também muito notadas as ausências do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, bem como de ministros ou deputados ligados ao CDS.

O livro do deputado foi escrito para celebrar dez anos de crónicas de Miguel Frasquilho no Negócios, onde é colunista desde que o jornal tem periodicidade diária.

* Uma tertúlia kultural e quem paga é Portugal.

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