HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Frasquilho duvida que países como Portugal estejam a ser bem ajudados
Deputado do PSD aproveitou lançamento do seu livro
para lançar críticas à troika e à Europa. Vários ministros estiveram na
assistência
Miguel Frasquilho criticou a forma como
o programa de ajustamento de Portugal está a ser implementado. "Tenho
muitas dúvidas" que "os países que estão com dificuldades, que estão com
programas de ajustamento" estejam "a ser ajudados da melhor forma",
sublinhou o deputado e vice-presidente da bancada parlamentar do PSD no
lançamento do seu livro "As raízes do mal, a troika e o futuro". Com
quase todos os ministros social-democratas a assistir, Frasquilho pediu à
Europa condições mais "realistas" para fazer o ajustamento das contas.
A MISÉRIA DOS PORTUGUESES TERÁ GRAÇA? |
O
deputado considera que "têm de ser dadas todas as condições aos países
sob programa e com problemas para que possam fazer o seu trabalho de
casa em condições exequíveis, realistas, e também credíveis", porque,
actualmente, o deputado diz ter "muitas dúvidas" de que países como
Portugal estejam a ser bem ajudados. Essa falta de condições para fazer o
ajustamento está já a ter reflexos em termos políticos.
"Há
fenómenos a nível europeu que nos deviam deixar a pensar", afirmou
Frasquilho, referindo-se à ascensão do Syriza na Grécia e à vitória de
Beppe Grillo, um comediante "contra o sistema e contra os partidos
políticos", que teve a maior votação individual nas legislativas
italianas. "Estes dois fenómenos já deviam ter feito soar todas as
campainhas de alarme em Bruxelas, porque isto que se passou na Grécia e
em Itália pode claramente vir a acontecer noutros países", alertou.
Para
Miguel Frasquilho, a saída do euro não é uma opção – "não há saídas
ordenadas" da moeda única, e se Portugal saísse, "regredíamos 50 anos". O
que tem de acontecer é uma "mudança de orientações" a nível europeu. O
deputado está confiante que isso vai acontecer: "ais perto do final do
ano é possível que tenhamos melhores condições para cumprir o nosso
programa". Não esclareceu se isso estaria relacionado com as eleições na
Alemanha.
Mini-Conselho de Ministros a ver
A
plateia reuniu um vasto leque de deputados do PSD, como Teresa Leal
Coelho ou Luís Montenegro, bem como ex-líderes, como Marcelo Rebelo de
Sousa, que apresentou o livro, ou Marques Mendes. Mas também foi notória
a presença de vários ministros ligados ao partido: Paula Teixeira da
Cruz, Aguiar-Branco, Marques Guedes e o próprio primeiro-ministro, Pedro
Passos Coelho, que escreveu o prefácio do livro. Na assistência
estiveram também o ministro Álvaro Santos Pereira e o ex-ministro Miguel
Relvas.
Foram também muito notadas as ausências do ministro das
Finanças, Vítor Gaspar, bem como de ministros ou deputados ligados ao
CDS.
O livro do deputado foi escrito para celebrar dez anos de crónicas de Miguel Frasquilho no Negócios, onde é colunista desde que o jornal tem periodicidade diária.
* Uma tertúlia kultural e quem paga é Portugal.
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